Fonte: Alepa

Aprovado por unanimidade o Projeto de Lei nº 714/2023, de autoria da deputada Lívia Duarte (PSOL), foi divulgado hoje, nesta terça-feira (3), na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), a declaração da obra musical da artista paraense Gaby Amarantos como Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará.

Foto: Ozéas Santos (AID/ALEPA)

“Para mim é uma honra reconhecer como Patrimônio Cultural e Imaterial a obra musical de Gaby Amarantos. Ela que tem uma história, que vem de uma periferia. Gaby Amarantos é merecedora desse reconhecimento”, disse a deputada após aprovação.

“Nós sabemos da dificuldade que é para uma mulher preta nascida na periferia vencer o Grammy Latino, e foi isso que aconteceu em 2023. A Gaby levou o prêmio na categoria ‘Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa’, com o álbum ‘Technoshow’, que retrata o tecnomelody, ritmo original e criado na capital do Pará, Belém, e marcado por acelerar a brega tradicional e adicionar batidas eletrônicas”, pontuou a parlamentar.

Em seu perfil no Instagram, Gaby comemorou emocionada a notícia:

Recentemente, Gaby esteve presente na homenagem feita ao Pará no programa de televisão Altas Horas, junto a outras cantoras também representantes da região, como Zaynara, Manu Batidão, Liah Soares e Pabllo Vittar.

“Chegar a um programa como esse é sensacional. E como parlamentar da periferia sinto orgulho da trajetória de Gaby Amarantos. Obrigada a todos os deputados que colaboraram na aprovação desse projeto de lei. Parabéns, Gaby”, finaliza a deputada.

Foto: Divulgação/Gaby Amarantos

Diva do Tecnobrega

Gabriela Amaral dos Santos nasceu no bairro de Jurunas, na periferia de Belém, e iniciou sua carreira como cantora na Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus, onde participava do coral. Chamava atenção por sua voz grave, mas suave, tendo sido convidada para se apresentar em bares da capital paraense. Conquistou grande êxito na música paraense com a Banda Tecno Show.

Conhecida por sua exuberância e por seu figurino extravagante, composto por brincos grandes, sapatos de 20 centímetros de altura com leds, roupas e acessórios coloridos, cílios postiços, apliques de cabelo, ela foi uma das responsáveis pelo surgimento e difusão do tecnobrega, ritmo que virou febre na Região Norte do Brasil. Ficou conhecida nacionalmente após lançar a música “Hoje Eu Tô Solteira”, uma versão da música “Single Ladies”, da cantora norte-americana Beyoncé. O sucesso rendeu à Gaby o apelido de “Beyoncé do Pará” e, em 2012, ela lançou seu primeiro disco solo, “Treme, com hits como Ex Mai Love e Xirley.

O maior sucesso veio com a canção “Ex Mai Love”, escolhida para ser tema da novela “Cheias de Charme” (2012), na Globo. A partir daí, sua carreira deslanchou. Vieram outros hits, como “Ela tá Beba Doida”, “Fogo” e “Corpo Fechado”, com Johnny Hooker. Em 2021, após quase 10 anos do sucesso do álbum “Treme”, Gaby Amarantos lançou seu segundo trabalho em estúdio, “Purakê”, uma alusão ao peixe elétrico pré-histórico da Amazônia, cuja voltagem chega a 860 volts, enfatizando a eletricidade natural que a cantora considera uma característica de toda sua força e representatividade como mulher e cantora brasileira.