Por Carla Castro | Copa FeminiNJA

Foto: Célia Procópio

Nesta quinta-feira, 13 de junho, a Seleção Feminina entra em campo para sua segunda partida da Copa do Mundo que acontece na França. O time treinado pelo técnico Vadão, que está em 10º no ranking da Fifa, tem o desafio de jogar contra as australianas que ocupam o 6º lugar e despontam como favoritas do grupo C. Conhecida como “Matildas”, a equipe está em seu 7º mundial, enquanto as brasileiras estão no 8º. O jogo acontece no estádio Stade de la Mosson, em Montpellier, a partir das 13h.

O retrospecto das australianas é positivo, mas vale lembrar que o ano iniciou com mudanças após a saída do técnico Alen Stajcic, demitido sob a acusação de deixar o ambiente insatisfatório. A informação veio à tona com uma pesquisa feita com as atletas. O novo período sob o comando de Ante Milicic, de apenas quatro meses, mostra um novo estilo das Matildas. Mais agressivas e com domínio nas partidas, a postura marcou um duelo recente contra as norte-americanas – atuais campeãs do mundo. Mesmo com uma derrota, o jogo foi caracterizado pela ofensividade e forma dinâmica de jogar. Na ocasião, o treinador optou por variar entre os esquemas táticos 4-2-4 e 3-3-4.

Outra característica que chama a atenção nas australianas é a posse de bola, fato que a equipe de Marta e cia deve ficar atenta. Com a posse de bola, as Matildas levam dificuldades às adversárias. O entrosamento é explicado pelos números de partidas que a equipe disputou. Entre as 23 convocadas, 12 atletas têm 50 ou mais partidas disputadas pela seleção australiana, mostrando que o time mescla atletas experientes com jovens. Uma das metas das nossas adversárias é passar das quartas de final, fato que não ocorre desde 2007. No Mundial do Canadá, a equipe foi eliminada pelo Japão.

Essa rivalidade tem história: As australianas venceram 9 vezes em jogos contra o Brasil, enquanto nós levamos oito. O único empate foi na Rio 2016, onde acabamos vencedoras nos pênaltis, fazendo daquelas oitavas de final um jogo histórico. Já teve até goleada de 6 a 1, sem Marta e Cristiane em campo, no Torneio das Nações, em 2017. Nós buscamos a 9 vitória contra as Australianas, e elas buscam aumentar a diferença.

Também cabe lembrar que as australianos estrearam nesta copa com uma derrota para as italianas. O placar foi 2 a 1. Mas, a Seleção Brasileira tem Marta, Cristiane, Formiga e todas as meninas da equipe para segurar a equipe. A estreia do Brasil mostrou que essa edição do mundial será de superação em todos os sentidos. O retrospecto mostra que as brasileiras não venciam com a diferença de três gols em estreias da copa desde 2007 quando aplicou 5 a 0 na Nova Zelândia.

Uma das metas das brasileiras é melhorar a posição na classificação final, já que em 2015 ficou com o 9º lugar. Em 2007, a Seleção Brasileira ficou com o vice-campeonato mundial, melhor até então.

HISTÓRICO
As australianas, assim como a maioria das atletas enfrentaram o machismo para conseguir chegar o sétimo ano em uma Copa do Mundo. Na década de 20 havia uma orientação que indicava que a prática do futebol afetava a capacidade da mulher de dar a luz fazendo com inúmeros mulheres que eram desportistas ficassem longe dos campos em função do machismo. Apenas na década de 70 que as australianas iniciaram a organização do futebol no país. No início foi lento mas se mostrou como irreversível e mostra que as mulheres australianas resistiram bravamente para estar entre as dez melhores equipes do mundo na atualidade.