“O que é democracia?” Kerexu traz uma visão ancestral sobre as disputas partidárias e disputa Congresso Nacional
“Nós não estamos aqui pra disputa de cargos e nem pra fazer politicagem”, a candidata Kerexu quer trazer uma nova proposta de legislar no Brasil
“Nós não estamos aqui pra disputa de cargos e nem pra fazer politicagem”, a candidata Kerexu quer trazer uma nova proposta de legislar no Brasil
“O desafio é planetário. E é justamente nesse desafio, com essa ousadia, que nós, mulheres indígenas do Brasil estamos nos propondo a ocupar esses espaços no Congresso Nacional, na política, porque nós precisamos reeducar o Brasil”. A liderança indígena Kerexu, do povo Mbya Guarani, é coordenadora executiva nacional da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) coordenadora da Comissão Guarani Yvyrupá, ela também é co-fundadora da Articulação Nacional de Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga).
“Nós passamos por muitos anos com vários governos, e essa pauta da demarcação nunca foi uma pauta principal’, por isso a importância também de indígenas ocuparem os espaços políticos, terem representatividade. A violência e racismo que passam, desde a invasão ocorrida pelos portugueses em 1500, precisa se encerrar, e para isso, é necessário que indígenas ocupem os diversos espaços da sociedade. A demarcação de territórios trará autonomia para os originários, e possibilitará a criação de políticas públicas que são necessárias para indígenas. Kerexu é gestora ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestranda em planejamento e gestão territorial pela Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc) e fundadora do Centro de Formação Tataendy Rupa. Participou de importante projeto político-pedagógico que foi implementado em escolas indígenas e também lutou pela demarcação da Terra Indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça (SC).
Kerexu enxerga as crises pelas quais o Brasil e o mundo passam como projetos de morte, para eliminar quem protege as florestas e o mundo contra o avanço de sistemas predatórios e destrutivos. “E a humanidade precisa se conscientizar que, de fato, a Terra é nossa mãe, pois é só através dela que nós conseguimos o nosso alimento, a nossa medicina, a nossa água, o nosso ar pra respirar.” A liderança aponta também que é necessário se conscientizar porque ela é nossa mãe, e é só através dela que vamos sobreviver. Ela faz a defesa da Mata Atlântica, bioma onde mora, e o mais destruído do país.
“Eu aceitei esse desafio de entrar nesse mundo político por uma necessidade do povo indígena. Não foi uma questão de eu escolher e querer entrar na política, porque para nós, povos indígenas, nós temos vivido uma tensão, um conflito muito grande, e no meu caso, como liderança da minha terra, muita perseguição, e foi isso que me levou a querer ocupar esses espaços dentro da política para dar visibilidade.”
Campanha de Mulher
Esta entrevista faz parte da Campanha de Mulher, projeto autônomo de visibilidade para candidaturas feministas da ELLA – Rede Internacional de Feminismos.
A Campanha de Mulher é um trabalho informativo voltado ao interesse público, não configurando assim uma propaganda eleitoral. Reafirmamos nosso comprometimento com a defesa da democracia e com as pautas defendidas pelas candidaturas progressistas.
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