O que alegou o bolsonarista Anderson Torres à PF e as acusações que pesam contra ele
Torres é suspeito de ter interferido no planejamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno
O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está preso desde o início do ano por suspeita de omissão e conivência nos atos golpistas de 8 de janeiro, foi interrogado pela Polícia Federal (PF) na segunda-feira (8) em relação a outras acusações.
Torres é suspeito de ter interferido no planejamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, que ocorreu em 30 de outubro. Há graves indícios de que ele teria orquestrado bloqueios em diferentes pontos de estados do Nordeste, visando dificultar o acesso de eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a locais de votação e favorecer a candidatura do então presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL).
No depoimento à PF, que durou quase três horas, Torres negou as acusações de interferência na PRF. Ele disse que viajou a Salvador a convite do então diretor-geral da PRF, Márcio Nunes de Oliveira, para realizar uma vistoria em uma obra na superintendência regional da corporação.
Segundo o ex-ministro, sua conversa com o superintendente da PF na Bahia, Leandro Almada, teve como foco uma preocupação manifestada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado sobre a possibilidade de uma falta de efetivo policial no dia da votação.
Torres também responde por outras acusações, incluindo uma “minuta golpista” e sua suposta omissão nos atos do 8 de janeiro. A PF continua investigando o caso.
Segundo o portal Poder360, Torres disse ainda que não chegou a compartilhar com outras pessoas um relatório de inteligência sobre o resultado das votações no primeiro turno que recebeu do Ministério da Justiça.
Uma reportagem do jornal O Globo relevou que uma equipe de Torres teria lhe enviado uma lista de cidades onde Lula tinha sido mais votado no primeiro turno das eleições e onde os policiais deveriam atuar.
Viagem aos EUA antes dos atos golpistas
Antes dos atos golpistas, Torres fez uma viagem aos Estados Unidos e, ao retornar ao Brasil, afirmou ter perdido seu telefone celular. Logo após os ataques às sedes dos três poderes em Brasília, o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal foi preso por suspeita de omissão e conivência com os atos. Desde então, esta é a terceira vez que Torres presta depoimento, tendo sido questionado sobre as acusações de omissão nos atos do 8 de Janeiro e a respeito da “minuta golpista” encontrada em sua residência.
Com informações do Deutsche Welle