Conheça duas duplas de irmãos que vão a Paris em busca da 1ª medalha de ouro
Com participação individual brilhante na VNL eles chegam a Paris com o objetivo concluído, agora, buscam realizar o sonho do ouro.
Por: Analice Ruas e Anna Luiza Gonçalves
Os irmãos Júlia e Lukas Bergmann irão estrear nas Olimpíadas de 2024. Ambos estão animados e deixaram claro que estão indo atrás de vitória: “Não é todo dia que você vai aos Jogos Olímpicos com seu irmão mais novo”, disse Júlia em uma publicação na sua rede social @juliabergmann6.
Mesmo com a rotina intensa de treinos, a parceria dos irmãos nunca é deixada de lado. Lukas afirmou que eles se comunicam diariamente pelas redes, estando sempre presente a brincadeira como forma de carinho. Quando Júlia, que atualmente mora na Turquia, soube que o irmão garantiu a vaga para as Olimpíadas, retornou ao Brasil para comemorar com a família.
Júlia iniciou sua carreira no vôlei no estado do Paraná ainda criança. Hoje, aos 23 anos, com 1,91m de altura, joga pelo time “THY” na Turquia. Em 2023, para concluir os estudos, ficou fora do Mundial, o que frustrou seus fãs, que se expressaram nas redes sociais. Famosa por seus ataques, que já acertaram adversárias no rosto, Júlia afirma que rivalidade não é seu forte e que sempre pede desculpas ao final das partidas.
O irmão Lukas, 20, com 2,04m, defende o time do SESI na mesma posição que a irmã, “ponta”. Ele afirmou em uma entrevista para o Olympics.com que Júlia sempre foi sua inspiração e, por conta de sua determinação e garra, ele começou a jogar: “Eu a via treinando, ela levava muito a sério, aí a brincadeira foi ficando séria”.
Em uma entrevista para o Olympics.com, em 2023, Lukas disse que estar entre os 14 escolhidos no Pré-Olímpico era um orgulho enorme e que esperava ser lembrado pela seleção masculina para obter uma vaga nos Jogos Olímpicos. Lei da atração e sonho realizado.
Outra dupla de irmãos, Alan e Darlan Souza, se destaca ao representar a seleção em Paris.
Darlan, 22, é um dos melhores jogadores de voleibol brasileiro na posição de oposto. O carioca começou sua carreira esportiva nas categorias de base do Fluminense FC, em 2017, com 15 anos. Em 2018, começou a atuar na categoria de base do Sesi-SP, e em 2019 entrou para a equipe. Desde então, conquistou várias medalhas para o time: prata e bronze nos Jogos Pan-Americanos, e ouro com a vitória contra a Argentina. Recebeu o prêmio de melhor oposto e melhor sacador de sua categoria. Atualmente defendendo o SESI-Bauru, chegou o momento tão sonhado de vestir a camisa da seleção brasileira. Em entrevista à revista “GQ Brasil”, o atleta relembrou o início no vôlei e contou do sonho de criança que era ser jogador de futebol:
“Eu já era muito alto e me colocavam no gol. Morria de medo de tomar uma bolada na cara. Então, quando chutavam na minha direção, fechava os olhos e colocava as mãos no rosto para me proteger.” – disse Darlan.
Fã de Naruto, o oposto que brilha em quadra tem o costume de fazer o gesto do “Jutsu Bola de Fogo”, antes de ir para o saque e muitas vezes fazer um ace de deixar a torcida boquiaberta.
Alan, 30, também ocupa a posição de oposto e atualmente defende o time Olsztyn da Polônia. Diferente do irmão, Alan começou a prática do voleibol ainda na escola (Escola Municipal Maria da Conceição Cardoso), aos 14 anos, em Nilópolis, RJ. Com o incentivo do professor de educação física “Xandão”, ele se matriculou na escolinha de voleibol do Botafogo. Alan relembra, em entrevista à revista GQ Brasil, as dificuldades da família, e declarou:
“Digamos que recebi tudo de mão beijada. Quem deu duro mesmo foi o Alan. Ninguém na minha família era do esporte, e não tínhamos dinheiro para bancá-lo no começo. Ele vendeu latinhas e meu pai pediu dinheiro emprestado aos meus tios várias vezes para mantê-lo nos treinos. Eu, no lugar dele, teria desistido.”
Alan passou por times também na Rússia e Polônia. Aos 17 anos de idade, veio a vez da seleção brasileira e, de lá pra cá, só colecionou conquistas: medalhas em competições de Mundial sub-21 e sub-23, Superliga, Pan-Americana, Torneio de Irvine/EUA, Hubert Wagner Memorial, e títulos individuais de melhor oposto, como o irmão. Mas de onde vem toda essa força e coragem? Os meninos garantem que da Família, e dão os créditos à Dona Aparecida, a Matriarca.
Alan e Darlan, dentro e fora de quadra, são muito parceiros. Eles estão determinados a conquistar a primeira medalha de ouro olímpica no vôlei masculino para o país. A presença deles no time traz uma combinação de experiência e juventude, prometendo um desempenho emocionante e cheio de energia.A torcida brasileira está otimista e acredita nesse quarteto fantástico. RUMO AO OURO, BRASIL!