Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Preservação ambiental e intervenções culturais podem caminhar juntas. E o palco para essa grande mobilização em Salvador é o Parque Metropolitano de Pituaçu. O Festival Alternativo, com um nobre objetivo, mostrou ao poder público que o espaço não está abandonado e que segue firme, apesar de muitos problemas.

O Festival Alternativo Vivo o Parque de Pituaçu reuniu todas as atividades que acontecem no espaço semanalmente. É um movimento independente composto de artistas, ativistas, educadores e moradores do bairro, com o propósito de resgate e valorização de uma área importante para Salvador. “O Festival é um grito de alerta ao sucateamento que acontece no parque e nos demais espaços urbanos que não apropriamos. E essa apropriação tem que acontecer através da arte e da cultura”, destaca Isabela Rodrigues, integrante do coletivo.

Diversas atividades culturais e artísticas fizeram parte do Festival. Música, dança, oficinas deram o tom de felicidade para famílias que estiveram presentes nos dias de atividade. Crianças e adultos interagindo com o parque em prol de uma causa nobre e importante mostra o pertencimento que o soteropolitano tem com o tradicional parque, já cantado por Gil em Domingo no Parque. Feliz coincidência.

Entretanto o espaço vem sofrendo pressão por todos os lados. Seja da especulação imobiliaria, querendo aumentar o número de prédios e condomínios de luxo no entorno, seja o poder público, buscando o suposto progresso para interligar avenidas na cidade, visando fortalecer o poder econômico.

Sem nenhuma preocupação com o meio ambiente, a Avenida Atlântica, que se aprovada, cortará o parque ligando o bairro a Avenida Paralela, local de crescimento da cidade, desmatando o parque. Além do Rio Jaguaribe, que vai desaparecer diante da canalização. Infelizmente o capital é mais importante.
A articulação do Movimento vai além do local. Lutando contra todos com a ajuda da sociedade civil, o movimento lançou 4 monções de repudio para frear a falta de consciência ambiental do poder público. “Contra a construção da Avenida Atlântica, que vai prejudicar o parque; a destruição das dunas de Itapuã com interesse de ampliar o aeroporto 2 de julho; sucateamento do parque e espaços ecológicos e contra a canalização do Rio Jaguaribe e seus afluentes”, informa Isabela.
Todavia, perante todos os problemas externos que pressionam o espaço, o soteropolitano quer preservar o que lhe pertence. Através de projetos como esse, as intervenções artísticas crescem a cada dia com voluntários de toda cidade, com o objetivo maior de ajudar o parque. “Todos os trabalhos são voluntários. Todos os trabalhos acontecem porque as pessoas se mobilizam, fortalecendo os laços para acabar com os interesses comerciais do parque, dos espaços ambientais e sociais de Salvador”, salienta Jenny, colaboradora.
Salvador vive hoje um momento único de grande consciência ambiental e de pertencimento. A sociedade vem se mobilizando através da arte para lutar contra os interesses econômicos e políticos do poder público. Com isso, Parque de Pituaçu ganha mais força, mostrando a todas e todos que continua charmoso e mais importante do que nunca.

Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA

Foto: Felipe Iruatã / Mídia NINJA