“O momento da escrita para mulheres é excepcional e não tem volta”, Andrea del Fuego participa da 26º Bienal do Livro
Escritora premiada, Andrea homenageia Saramago na Bienal e fala do momento das mulheres na literatura e em toda sua cadeia.
Andrea del Fuego é escritora e mestre em Filosofia, e esteve na Bienal do Livro de São Paulo durante o primeiro fim de semana da feira participando de uma homenagem a José Saramago, junto a Jeferson Tenório e José Luiz Peixoto.
Ela que é autora diversos livros, entre eles “As miniaturas”, “Nego tudo”, “Os Malaquias”, que ganhou o Prêmio Saramago de literatura, comentou que em determinado momento sentiu uma pressão por uma escrita que tivesse equivalência ao livro que foi premiado, mas no fundo, ela mesmo não sabia se sua escrita tinha qualidade. E que os prêmios reconhecem os livros, e não os autores, então, um prêmio significa que um livro foi muito bom. Mas quando acontece a leitura de editores, de leitores é possível ter ideia do que aquelas palavras juntas estão dizendo, o sentido que elas fazem porque se sente o impacto delas. Descansando do processo de escrita entre um livro e outro nasceu “A Pediatra” seu mais recente livro lançado pela Cia das Letras, que foi uma experiência rápida e que era algo que a autora queria fazer há muito tempo, escrever na primeira pessoa de uma mulher.
O romance fala de uma pediatra que não gosta de crianças mas que seguiu o caminho da medicina por ser o mais fácil, e começa a perder espaço para outra médica, que tem um trato mais humanizado com pais e crianças. Em paralelo, Cecília, a médica, vive um relacionamento com um homem casado e acompanha o parto de seu filho, que lhe desperta sentimentos que ela até então não havia vivenciado.
Andrea acha que o momento de escrita feita por mulheres é excepcional porque elas estão na cadeia toda. Nas curadorias, edição, tradução, são maioria das leitoras e esse avanço é algo que não tem volta.
View this post on Instagram