Com a final já definida, podemos relembrar como foi esse mês de Mundial

Foto: Divulgação FIFA

Por Paula Cunha

“É um privilégio muito grande ver um estádio inteiro torcendo por mulheres (…) é uma coisa revolucionária e tá falando de auto-estima’’, disse Valentina Bandeira, no final do jogo Austrália e Inglaterra. Com a final já definida, começo a relembrar como foi esse mês de Copa. Pela primeira vez na história, os Estados Unidos não vão subir ao pódio de um Mundial, já que a seleção americana foi eliminada pela Suécia nas oitavas de final. Senti simpatia pela Suécia até lembrar que Pia Sundhage é sueca, o que me fez lembrar do Brasil. Não vi ninguém falando que acha que ela deve continuar na seleção. Essa Copa não teve mulheres só no campo, elas estiveram em toda a cobertura e vê-las debatendo os jogos me fez ficar mais à vontade para falar de futebol e relembrar momentos e seleções que me impactaram. Um time de que gostei desde o início foi o Japão, que tinha repertório e uniforme bonito, mas não passou das quartas de final (permitindo que essa Copa tenha um campeão inédito). Se pensarmos nas seleções que não passaram da fase de grupos, como Alemanha, Brasil e Itália, ela pôde ser considerada o novo mata-mata. Acompanhando os jogos, entendemos que o futebol é uma construção em que é preciso foco, empenho e investimento. Esse investimento vem antes de você colher os frutos e a única forma de evoluir é, claro, continuar investindo. As mulheres do futebol são muito talentosas, dentro e fora de campo.

Foto: Reprodução Agência Brasil

Uma das partes de que mais gosto em um jogo de futebol é a emoção da narração e, nesta Copa, conheci uma narradora chamada Letícia Macedo. Ágil, esperta e com a voz muito potente, fiquei impressionada ao descobrir que ela tem só dezenove anos. O talento não a manteve longe de críticas. Segundo Letícia, ’’São dois fatores que fazem as pessoas se incomodarem: ser mulher e ser muito jovem. Já percebi um certo ar de superioridade por entenderem que o meu repertório ainda não estava super desenvolvido’’. Ouvindo Letícia e as comentaristas da Cazé Tv, me sinto mais à vontade para conversar sobre futebol, sem o medo de um cara aparecer e dizer que o que estou falando ‘’não tem nada a ver’’.

Acompanhando a cobertura na Austrália, vi que o país é lindo e, também, que os lugares fecham cedo. Mas como não amar a Austrália que eliminou a França? Com a eliminação do país sede para a Inglaterra, de Sarina Wiegman, ‘’um time que sempre encontra a sua forma de ganhar’’, segundo a imprensa inglesa, senti simpatia pela Espanha, que no último jogo fez um gol, tomou um e finalizou desempatando. Mais do que acreditar, as espanholas fizeram acontecer. ’’Vamos para a final’’ comemoraram as jogadoras, enquanto tocava ‘’This girl is on fire’’ de Alicia Keyes, no estádio Eden Park. “A Espanha tá trilhando um caminho muito bonito, tá na final por merecimento’’, disse Casimiro Miguel. Eu espero que o futebol feminino cresça cada vez mais e que as meninas continuem on fire. Vou comemorar tomando um chazinho.

Foto: REUTERS

Fontes: Cazé Tv, Folha, e Terra

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube