Revogada em 2019 pelo governo de Jair Bolsonaro, o horário de verão pode voltar a funcionar no Brasil a partir de 2025. Atualmente há um debate crescente sobre os benefícios e prejuízos que o retorno do ajuste do relógio pode trazer ao país. Em um cenário de mudanças climáticas e crises energéticas, entender os impactos dessa política se torna cada vez mais relevante para tomar decisões que possam beneficiar o Brasil em longo prazo.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a medida está sendo avaliada pelo governo federal.

Um dos principais argumentos a favor da retomada do horário de verão é a potencial economia de energia. Durante os meses em que os relógios são adiantados em uma hora, os dias têm uma duração de luz solar maior, o que possibilita a redução do consumo de energia elétrica no período noturno, especialmente em iluminação pública e residencial. Em um contexto de crises hídricas e alta nos preços da energia, essa economia pode representar um alívio financeiro para o governo e os consumidores, além de ajudar na preservação dos recursos naturais usados para geração de eletricidade.

Por outro lado, contrários a esta medida apontam que os ganhos de economia de energia não são mais tão expressivos quanto no passado. Com a modernização de eletrodomésticos, a maior eficiência das lâmpadas de LED e a mudança nos hábitos de consumo, o impacto do horário de verão na redução do uso de energia tem sido menor. Estudos recentes indicam que o consumo de energia em horários de pico não varia significativamente com a adoção do horário de verão, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, que têm pouca variação na duração dos dias.

Além da economia de energia, há também o argumento de que o horário de verão proporciona mais tempo para o lazer ao ar livre e atividades físicas, beneficiando a saúde e o bem-estar da população. O período extra de luz durante a tarde estimula a prática de esportes, encontros sociais em ambientes abertos e a movimentação do comércio, gerando um impacto positivo na economia local e na qualidade de vida. Em cidades turísticas, isso pode aumentar a arrecadação de estabelecimentos e serviços, como bares e restaurantes, que aproveitam o maior fluxo de pessoas.

Contudo, os efeitos negativos do horário de verão sobre o ritmo biológico das pessoas também precisam ser considerados. A alteração repentina no ciclo do sono e a adaptação ao novo horário podem provocar distúrbios, como cansaço excessivo, falta de concentração e irritabilidade nos primeiros dias após a mudança. Para trabalhadores e estudantes que precisam acordar cedo, o horário de verão pode ser um desafio, impactando a produtividade e a saúde mental. Esse fator tem gerado resistência, especialmente em cidades onde o nascer do sol se torna mais tardio.