Por Daniel Santana, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

No dia 26 de julho de 2024, Teddy Riner, no auge dos seus 35 anos, recebeu juntamente de Marie-José Perec uma das maiores honrarias que um atleta pode ter. Acendeu a pira/balão olímpico nos jogos em seu país. A chama que iluminava os céus de Paris poderia ser um sinal de que Riner alçaria um voo maior do que poderia imaginar? O que estaria por vir daí pra frente? 

Nascido em Les Abymes, no território francês de Guadalupe, “Teddy Bear”, como também é chamado, compete no judô profissionalmente desde os seus 16 anos e daí em diante, passou a construir uma carreira absurdamente vitoriosa no esporte. 

Riner foi o atleta mais jovem a vencer um mundial com 18 anos, em competição disputada no Rio de Janeiro em 2007. Esse foi o início de uma série de vitórias na vida do gigante francês. Até o momento, são onze títulos em mundiais, cinco campeonatos europeus, além, claro, de três ouros (um por equipes) e dois bronzes em olimpíadas.

Teddy Riner e Marie-José Perec acendem a pira olímpica Foto: Xia Yifang / Reuters

Tudo isso já é o suficiente para o colocar na primeira prateleira do esporte francês e mundial. Mas, faltava algo, a cereja do bolo, o ápice: vencer os jogos olímpicos em seu país. 

Pois bem, eis que chegamos ao dia 02 de agosto de 2024, último dia de competições individuais no judô, na categoria acima de 100 quilos, em Paris, na França, em sua casa. Tudo conspirando a favor de um momento histórico para o esporte. Os mais de oito mil espectadores que lotavam a Champ-de-Mars Arena, transformaram aquele espaço em um estádio. Era o dia de escrever um capítulo incrível na história olímpica.

Ao início da competição, Teddy foi batendo adversário por adversário, um por um. O marrento georgiano Guram Tushishvili nas quartas com um Ippon, o tajique Temur Rakhimov nas semifinais novamente com um Ippon e aí, só restava a final. 

Foto: Kim Kyung-Hoon/REUTERS

Contra o sul-coreano Kim Minjong, a arena pulsava como se fosse uma final de Copa do Mundo. E a tamanha expectativa do público e de todos os que acompanhavam a disputa sonhando foi justificada e concretizada em um único golpe. Novamente, um Ippon. 

Enfim, Teddy Riner, o homem que mudou a história do judô na França, subiu ao ponto mais alto do Olimpo, chegou ao panteão e colocou a bandeira tricolor no ponto mais alto do monte. O fogo aceso na última semana, era realmente um sinal aos deuses de que ele também é um imortal. A história não nega isso. 

Riner não precisaria provar mais nada pra ninguém nessa altura da carreira, já fez tudo o que foi possível como judoca. Mas ter conseguido o tricampeonato olímpico dentro de casa, com certeza é a maior conquista que ele poderia ter ao longo de uma carreira divinal. 

Merci, Teddy.