O colorido do Pan: As representantes do amor lgbt no PanAmericano
O esporte tem diversas maneiras de beneficiar as nossas vidas, mas infelizmente, temas importantes como orientação sexual, ainda são tabus no meio.
Por Ketlen Gomes, PanAmericanas
Dá mais energia, melhora as condições do corpo, leva à uma vida mais saudável. Desenvolve o foco, a atenção. Algumas vezes se torna uma carreira, traz alegrias e o sustento. O esporte tem diversas maneiras de beneficiar as nossas vidas, mas infelizmente, temas importantes como orientação sexual, ainda são tabus no meio.
Ano após ano, vemos especulações sobre a vida sexual e afetiva dos atletas, e não nos surpreendemos ao saber que muitos ainda são orientados e escondem quem são e amam por medo de sofrerem preconceitos. Um pensamento enraizado ainda na sociedade brasileira, que pouco a pouco vem sendo abordado, mas ainda encontra uma forte resistência no meio esportivo.
Esse ano, no Dia Internacional da Luta Contra a Homofobia, atletas brasileiros falaram sobre suas experiências como lgbts no meio esportivo. Rafaela Silva do judô, Babi Arenhart do handboll e Carol Gattaz do vôlei, são algumas das que conversaram sobre sua sexualidade.
“Não deveria ser um privilégio falar abertamente sobre a nossa sexualidade, e sim que possamos simplesmente ser amados e respeitados pelas pessoas que somos e pelo trabalho que fazemos no meio do esporte”, diz Babi.
Também representando a seleção de handbol em Lima, está Adriana de Castro, que joga na Espanha e namora sua parceira no esporte, a também jogadora Alba Menéndez. Com as bolas nos pés, temos o casal Bianca Sierra e Stephany Mayor, da seleção mexicana de futebol. As duas, além de estarem convocadas aos jogos PanAmericanos, também tem uma conta no Instagram, @her_and_ella, onde compartilham suas vidas juntas. No rugby, temos a convocada Isadora Ceruello, mostrando que o que não falta é representatividade.
E por falar em representatividade, um dos esportes mais praticados no país, também conta com muitas atletas lgbts. O vôlei ainda não teve sua convocação final para o Pan, mas temos um time que representa muito dentro e fora de quadra, com Roberta Ratzke, Ana Beatriz Correa, Gabi Guimarães e Naiane Rios, por exemplo. Na praia temos as super jogadoras Larissa França, que não está participando do Pan 2019, e a ex-jogadora Jackie Silva.
O fato é, em meio as especulações que sempre acontecem nos esportes femininos, onde tentam diminuir o desempenho das atletas e colocar a atenção para outras áreas das suas vidas, trouxemos alguns nomes para falar o que deveria ser óbvio: no esporte e na vida, podemos e devemos ter pessoas, independente do gênero ou orientação sexual, bem-sucedidas, referências e livres. Espaço para amor sempre vai ter, mas o espaço para o preconceito, esse deve acabar já.