Por Mauro Utida

A passagem de Itamar Vieira Junior na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo foi um acalanto para o público que acompanhou suas mesas nesta edição que encerrou no último domingo (10). O seu livro “Torto Arado”, foi o livro mais vendido no evento pela editora Todavia, com 5 mil cópias comercializadas.

Em umas das mesas com o escritor timorense Luis Cardoso, Itamar resumiu porque Torto Arado é um livro que conquistou os leitores, pois ele trata sobre as diferenças sociais e uma ferida aberta na sociedade brasileira causada por três séculos de escravidão. “O Brasil nunca será um país do futuro se não resolver os seus traumas do passado”, disse.


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Na opinião dele, Torto Arado resgata um tema definitivo e central para a sociedade brasileira moderna, pois mostra desigualdades que nos perseguem à séculos e coloca o dedo na ferida em traumas não resolvidos. “Teoricamente deixamos de ser um país colonizado há 200 anos, mas ainda carregamos traumas do passado, fissuras que parecem intransponíveis. Talvez a gente não tenha lidado com os nossos traumas de frente, como a escravidão que perpetuou por mais de três séculos neste país”, declarou.

Foto: Mídia NINJA

Itamar acredita que a literatura e a cultura podem ajudar o Brasil na consolidação da democracia e também no trato de problemas centrais, como a desigualdade e o racismo, além de mostrar toda diversidade e multiculturalismo do país. “Um país sem cultura é um país sem futuro. Estar aqui na Bienal e ver escritores tão bons me dá muita esperança, pois através da literatura, da cultura e da música é plantado uma centelha de esperança que pode semear algo que almejamos para o Brasil do futuro”, relatou.