Por: Laura Yule e Mariana Walsh

O remo, apesar de ser um esporte de pouca tradição no Brasil, ascendeu nos últimos anos. Nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, foram duas medalhas inéditas. E esses resultados positivos tem muito a ver com um clube em especial: Botafogo de Futebol e Regatas. Ele é o responsável pelos dois atletas que estão em Paris para representar o nosso país nas Olimpíadas, os remadores Lucas Verthein e Beatriz Tavares. 

A modalidade faz parte da fundação do clube, assim como aponta o seu nome, mas o sucesso do alvinegro nas regatas é recente. Mesmo com condições básicas de estrutura, sem os melhores barcos, sem tradição na modalidade e poucos funcionários, o time foi capaz de conquistar um domínio na categoria com uma combinação certeira: atletas dedicados e uma equipe que trabalha muito.

Segundo o coordenador do projeto, Alexandre Fernandes, mais conhecido como Xoxô, o trabalho duro dos atletas somado às pessoas que trabalham incansavelmente nos bastidores para montar uma equipe que se complementa em todas as funções é o segredo do êxito do clube. 

Isso não é só um trabalho da comissão técnica e dos atletas, é do clube num geral. Nós conseguimos montar uma equipe maravilhosa. Temos o melhor carpinteiro, a melhor moça na cozinha… Tudo no clube, toda a equipe é muito boa. Foi esse conjunto, e fazer com que os atletas acreditassem, que a gente conseguiu esses títulos todos nos últimos anos.”  

Foi através de todo esse empenho que eles alcançaram feitos inéditos para o país. No Pré-Olímpico, disputado na Lagoa Rodrigo de Freitas, no mesmo lugar onde está situada a base do alvinegro, Lucas e Bia saíram vencedores. O Brasil nunca havia ganhado esse torneio. E o resultado foi uma conquista do Botafogo. Segundo Xoxô, a Confederação Brasileira de Remo não tem nada haver com isso, já que os remadores se preparam integralmente dentro do clube.

Esta é a segunda edição de Jogos Olímpicos que o Brasil é representado só com atletas do Botafogo no remo e isso é motivo de muito orgulho para o clube e para os torcedores. Hoje, apesar da modalidade não ter tradição no país, não há um botafoguense que não saiba que os remadores que estão em Paris são do Botafogo.