Um balanço da natação brasileira nas Olimpíadas de Paris
Saiba mais sobre os atletas que compõem a seleção brasileira de natação e os resultados na competição.
Por Lara Musa, para Cobertura Colaborativa Paris 2024
Com 18 atletas classificados para 15 provas diferentes, o Brasil completou sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris com finalistas, melhores tempos pessoais e recordes batidos. A natação brasileira sempre traz nomes que surpreendem e mostram força, sendo um dos esportes mais tradicionais para o país na competição.
Neste ano, a seleção contou com nomes experientes, como Marcelo Chierighini, Gabriel Santos e Gabrielle Roncatto, que já tiveram a vivência olímpica algumas vezes, aliados com a juventude, entre eles seis nadadores que estrearam nas Olimpíadas.
Com atletas que obtiveram boas marcas nos últimos campeonatos, a natação brasileira chegou a Paris com expectativas de boas atuações, principalmente de seus dois nadadores com os melhores resultados atualmente, Mafê Costa e Guilherme Costa, o “Cachorrão”.
No total, o Brasil tem 17 medalhas conquistadas na modalidade. Em Paris, não conseguimos aumentar esse feito, entretanto alguns nadadores tiveram boas marcas, que também merecem ser comemoradas e projetadas para uma melhoria futura da equipe.
Conheça os nadadores do Brasil em Paris
Beatriz Dizotti
Também nascida em São Paulo, a nadadora de 24 anos foi a quarta atleta a garantir vaga na Seletiva Olímpica de Natação.
Representante do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, a nadadora teve um ciclo de ótimos resultados, com quebra de recordes e finais de Mundiais. Novamente representou o país, desta vez em Paris, também nadando a prova dos 1500m livre feminino.
Bea, foi finalista da prova, sendo a primeira brasileira da história a conseguir esse feito. Terminou em 7° lugar, com o tempo de 16:02.86, um feito inédito, mesmo após passar por uma retirada de tumores benignos do ovário meses antes dos Jogos.
Breno Correia
Baiano, natural de Salvador, Breno compôs o revezamento 4x100m livre que terminou em 8° lugar na competição em Tóquio.
Em Paris, o nadador de 25 anos repetiu sua vaga em sua segunda Olimpíada, terminando em 10° lugar com o mesmo revezamento.
Eduardo Moraes
Estreante nas Olimpíadas, o nadador mineiro de 23 anos caiu na água logo no primeiro dia, pela prova dos 400m livre, mas não se classificou às finais. Edu ainda fez parte do revezamento 4x200m livre, que não avançou à próxima fase e terminou em 12° lugar.
Fernando Scheffer
Scheffer é medalhista de bronze nos 200 metros livre, conquistado em Tóquio. Desta vez, o nadador gaúcho de 26 anos integrou o revezamento 4x200m livre masculino nas Olimpíadas de Paris, que não se qualificou às finais, terminando em 12°.
Gabriel Santos
Natural de Guarulhos, o experiente nadador de 28 anos conta com duas Olimpíadas em sua história. Gabriel estreou na Rio 2016, com apenas 19 anos, terminando em 5º lugar na final dos 4x100m livre. Em Tóquio, nadou os 100m livre e os 4x100m.
Em Paris, sua terceira Olimpíada, fez parte do revezamento 4x100m masculino, que ficou em 10° lugar. O nadador também esteve presente na situação indisciplinar ocorrida com Ana Vieira.
Gabrielle Roncatto
A nadadora de 26 anos, natural de São Paulo, é um dos grandes nomes da atual natação brasileira. Nos Jogos Olímpicos 2016, no Rio, nadou pelo revezamento 4x200m livre, onde com suas companheiras quebrou o recorde sul-americano. Em Tóquio, nadou o revezamento 4x200m.
Agora, em Paris, repetiu a presença no revezamento, garantindo vaga na final, algo que não ocorria desde 2004 em Atenas, além do 2° melhor tempo da bateria e o 5º geral. Na final, a equipe terminou com o 7º melhor tempo. Gabrielle também disputou os 400m livre feminino, onde não garantiu vaga na final e terminou em 16° lugar, e o revezamento 4x100m medley misto, que ficou em 16°.
Giovana Reis
Natural de São Paulo, a nadadora foi mais uma estreante nas Olimpíadas. Aos 20 anos, Giovana teve sua primeira participação nos Jogos Olímpicos compondo o revezamento 4x100m livre feminino, que ficou com o 12º lugar da classificação geral.
Guilherme Basseto
O atleta natural de Ribeirão Preto chegou a sua segunda Olimpíada aos 27 anos. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, nadou as provas dos 100m costas, 4×100m medley e 4×100m medley misto. Agora, em Paris, nadou o revezamento 4x100m medley misto pelo Brasil, que parou na fase classificatória e terminou na 16° colocação.
Guilherme Caribé
Sendo mais um dos que tiveram sua primeira participação em Olimpíadas, Caribé tem 21 anos e é natural de Salvador. O nadador caiu na água nas provas de 50m livre, mas não passou de fase, e nos 100m livre, parando nas semifinais. Caribé também competiu pelo revezamento 4x100m livre, ficando em 10° lugar.
Guilherme Costa
O “Cachorrão” está em sua segunda participação olímpica. O carioca, de 25 anos, é o atual recordista sul-americano nos 400m, 800m e 1500m livres.
Em Tóquio, competiu nas provas de 400m livres, 800m (sendo finalista) e os 1500m livres. Agora, em Paris, Cachorrão classificou-se para as provas de 200m livre, 400m livre, 800m livre, e o revezamento 4x200m livre, e ainda faz parte da equipe de maratona aquática.
Garantiu vaga na final da prova dos 400m livre, com o segundo melhor tempo, e terminou na 5° colocação, batendo seu melhor tempo pessoal e estabelecendo um novo recorde pan-americano.
Guilherme Costa e a comissão técnica decidiram por não nadar os 200m para focar nos 800m livre, prova que ele foi finalista em Tóquio, mas desta vez não conseguiu repetir o feito. Com o revezamento 4x200m livre terminou na 12° colocação.
Kayky Mota
Também fazendo sua estreia olímpica, o nadador nascido em São Paulo, aos 25 anos, disputou a prova de 100m borboleta, mas não conseguiu se classificar para a final.
Marcelo Chierighini
O experiente nadador paulista de 33 anos, chegou a sua quarta Olimpíada. Em Londres, nadou os revezamentos 4x100m livre e 4x100m medley. No Rio, foi finalista olímpico dos 100m livre. Em Tóquio, novamente fez parte do 4x100m livre.
Desta vez, em Paris, nadou a prova dos 100m livre, sem classificar para a semifinal, e fez parte do 4x100m livre, terminando em 10° lugar.
Maria Fernanda Costa
A carioca, de 21 anos, também fez sua estreia nas Olimpíadas. Sendo um dos principais nomes da natação brasileira, Mafê caiu na água pela disputa de diversas provas em Paris.
Detendo recordes brasileiro e sul-americano, chegou com expectativa de boa atuação e cumpriu. No primeiro dia, pela prova dos 400m livre, garantiu vaga para a final, sendo a primeira brasileira a conseguir esse feito desde 1948. Na decisão, Mafê ficou com a 7° colocação.
Também tivemos Mafê se classificando para a semifinal dos 200m livre, mas sem passar para a final. Pela prova dos 800m, ficou no top 10. Com o revezamento 4x200m livre, avançou à final, dando fim ao jejum de 20 anos fora dessa disputa por medalhas na modalidade. Na final, a equipe terminou em 7° lugar e Mafê quebrou o recorde sul-americano dos 200m livre com sua parcial que abriu o revezamento.
Maria Paula Heitmann
Realizando o sonho de disputar as Olimpíadas, a nadadora mineira chegou a sua primeira participação aos 25 anos. Maria Paula fez parte da equipe do revezamento 4x100m livre feminino, que terminou em 12° lugar, e do 4x200m, que garantiu vaga na final após 20 anos e ficou com a 7° colocação.
Murilo Sartori
Natural de Americana, o nadador foi a Paris para a sua segunda Olimpíada. Murilo, aos 19 anos, participou em Tóquio da prova dos 200m livre e do revezamento 4x200m livre. Aos 22 anos, representou o Brasil em Paris no revezamento 4x200m livre, que não classificou para a final, terminando a competição em 12° lugar.
Nick Albiero
Nascido em Louisville, nos Estados Unidos, e filho de pai brasileiro, mudou-se para o Brasil em 2022, país que sempre foi apaixonado. O nadador de 25 anos, é o primeiro do país a se assumir abertamente como gay, e luta por uma maior representatividade LGBTQ+ no esporte.
Em Paris, Nick teve sua primeira participação em Olimpíadas, competindo na prova dos 200m borboleta e fazendo parte do revezamento 4x100m medley misto, que ficou com o 16º lugar.
Stephanie Balduccini
Natural de São Paulo, aos 19 anos, Ste tem uma Olimpíada na bagagem. Em Tóquio, com 16 anos, tornou-se a nadadora brasileira mais jovem desde 1980.
Mesmo sofrendo com uma apendicite, pouco tempo antes da seletiva olímpica, Ste garantiu sua vaga nos revezamentos 4x100m livre, 4x200m livre e 4x100m medley misto e representou o país em mais uma edição dos Jogos. Assim, seus resultados em Paris foram: 12° lugar, 7° lugar (com quebra de jejum da vaga na final) e 16°, respectivamente.
Apesar de alguns bons resultados individuais, o desempenho da seleção brasileira de natação foi considerado o pior em 36 anos. É a terceira vez, desde os Jogos de Seul 1988, que o país não fatura nenhuma medalha – as outras edições sem medalhar foram em Atenas e Rio. Desta vez, o Brasil competiu apenas quatro finais e contou um número baixo de atletas classificados, sendo a menor equipe desde os Jogos de Sidney.