O adeus a Andy Murray: gigante dentro e fora das quadras
Os Jogos Olímpicos de Paris marcaram a aposentadoria de um dos grandes nomes do tênis mundial no último século.
Por: Patrick Simão / Além da Arena
Os Jogos Olímpicos de Paris marcaram a aposentadoria de um dos grandes nomes do tênis mundial no último século: Andy Murray! Nascido em Glasgow, na Escócia, ele foi o primeiro britânico após 77 anos a ser campeão de simples em Wimbledon, em 2013.
Antes disso, Murray, sempre entre os melhores 4 do mundo, havia perdido quatro finais de Grand Slam. Ele era muito acima da maioria do circuito, mas foi contemporâneo a Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic. A imprensa inglesa, que o adjetivava como escocês quando perdia, agora o tratava como ídolo britânico.
Um ano antes de seu primeiro Wimbledon, onde venceu Djokovic na final, Murray foi campeão olímpico, também em Londres, superando Federer na decisão. A partir deste momento, uma chave virou para ele: venceu o US Open de 2012 e foi bicampeão de Wimbledon, em 2013 e 2016.
Em 2016, inclusive, obteve dois grandes feitos: no Rio de Janeiro, se tornou o primeiro homem bicampeão Olímpico desde o retorno do tênis ao evento, em 1988. E, no fim do ano, enfim se tornou número 1 do mundo.
Ele ficou 41 semanas no topo do ranking, mas começou a ter problemas físicos, com uma lesão crônica no quadril (a mesma que acometeu Guga em seu auge). Ele chegou a anunciar aposentadoria em 2019, mas voltou atrás e seguiu no circuito por mais 5 anos, até se despedir em Paris.
Além de um grande tenista, Murray foi um dos poucos nomes do circuito masculino a ter posicionamentos importantes fora de quadra. Ao ganhar o bicampeonato olímpico, ele corrigiu um repórter que disse que ele era o primeiro a conseguir tal feito, afirmando ser o primeiro jogador do circuito masculino e relembrando os 4 ouros das irmãs Serena e Venus Williams. O mesmo se repetiu em outras ocasiões, como no caso abaixo. Em Wimbledon, ele foi questionado sobre seu rival, Sam Querrey, ser “o primeiro tenistas dos Estados Unidos a fazer semifinal em Wimbledon.” Murray prontamente corrigiu: “jogador masculino.”
Murray também defendeu o movimento LGBTQIAPN+ e repudiou, no Australian Open, falas transfóbicas de Margaret Court, ex-jogadora australiana. Ele também foi o primeiro grande jogador do circuito masculino a ter uma treinadora mulher, a francesa Amélie Mauresmo. Enquanto Djokovic e recusava a tomar vacina e fazia um evento de tênis sem proteção no auge da pandemia, Murray fazia posicionamentos a favor da vacina e do isolamento social.
Andy Murray foi gigante, dentro e fora das quadras!