Número de atingidos por desastres climáticos aumenta 150% em dez anos
Cientistas destacam que esses eventos extremos estão relacionados às mudanças climáticas, com o aumento das concentrações de chuvas sendo uma evidência dos impactos
Cientistas destacam que esses eventos extremos estão relacionados às mudanças climáticas, com o aumento das concentrações de chuvas sendo uma evidência dos impactos
Os dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) da Defesa Civil Nacional revelam que o Brasil enfrentou uma crise significativa devido a desastres ligados a chuvas em 2022. Cerca de 890.188 pessoas foram afetadas, incluindo mortes, feridos, desabrigados, desalojados e desaparecidos, representando um aumento de 150% em relação a 2012.
Essas ocorrências foram resultado de 2.576 registros de chuvas intensas, enxurradas, alagamentos, inundações e movimentos de massa, representando um aumento de 402% em relação a 2012, apontou um levantamento feito pela Folha de São Paulo.
O Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) é alimentado por governos estaduais e municipais, e até o momento, não há informações consolidadas para 2023. O Brasil enfrentou novos desastres devido a chuvas intensas em 2023, afetando cidades do litoral paulista e do Rio Grande do Sul.
A definição de chuvas intensas segue a Cobrade (Classificação e Codificação Brasileira de Desastres) e está relacionada a precipitações com acumulados significativos que causam múltiplos desastres. Os registros de chuvas intensas têm aumentado ao longo da última década, com picos notáveis em 2017, 2019 e agora em 2022.
Em 2013, chuvas resultaram em mais de 60 mil pessoas desabrigadas em Minas Gerais e Espírito Santo, também em 2013, dois anos após uma tragédia anterior, chuvas causaram mortes na Região Serrana do Rio de Janeiro. Em 2020, a Baixada Santista enfrentou chuvas intensas que causaram 45 mortes. No ano de 2021, a Bahia registrou mais de 20 mortes devido à pior tempestade em 35 anos. Em 2022, mais de duas dezenas de pessoas perderam a vida durante chuvas na Grande São Paulo.
Cientistas destacam que esses eventos extremos estão relacionados às mudanças climáticas, com o aumento das concentrações de chuvas sendo uma evidência dos impactos do aquecimento global. Para enfrentar esse desafio, é essencial um esforço global para reduzir as emissões de carbono e investir em sistemas de alerta e preparação para desastres, bem como fortalecer a capacidade de resposta das comunidades afetadas.
O governo federal está trabalhando na elaboração de um Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, enquanto também estão sendo disponibilizados recursos para pesquisas e medidas de mitigação e adaptação a eventos extremos.