Nordeste contabiliza sete mortes e milhares de desabrigados e desalojados após fortes chuvas
Estados de Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte registram o maior volume de chuvas desde 2010.
Alagoas foi o Estado mais atingido pela forte precipitação que atinge o território desde maio. 56 mil estão desabrigadas ou desalojadas.
Por Mauro Utida
O maior volume de chuvas registrado no Estado nordestino desde 2010, já causou sete mortes, um desaparecimento e dezenas de cidades em situação de emergência. As fortes chuvas desde o fim de semana atingiu os estados de Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Entre as cenas que marcaram o fim de semana estão a de um bebê e de seis pessoas da mesma família, que foram retiradas pelos bombeiros no telhado de uma casa em Murici, interior de Alagoas.
Um dos militares retira o bebê apoiando-se em uma caixa d’água, e repassando-o à aeronave. Toda a família estava ilhada após o nível do rio Mundaú ter subido e inundado ruas da cidade. Eles receberam atendimento médico e passam bem.
Alagoas foi o Estado mais atingido pela forte precipitação que atinge o território desde maio. Ao menos seis pessoas morreram e 56 mil estão desabrigadas ou desalojadas. De acordo com o balanço da Defesa Civil estadual, desta segunda-feira (4), 56 dos 102 municípios alagoanos estão em situação de emergência.
Em junho, os óbitos foram registrados em Coruripe, Palmeira dos Índios, Campo Alegre e São Miguel dos Campos. Já neste mês foram contabilizadas mortes em União dos Palmares e Matriz de Camaragibe. Um em cada município.
Nesta segunda, o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), anunciou a ampliação do auxílio-chuva para R$ 2 mil reais. Além de cestas básicas, kits de higiene pessoal, água potável e colchões.
De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, a previsão é que deve continuar chovendo em Alagoas nos próximos dias, mas com menos intensidade.
Outros Estados
Em Pernambuco, a situação também é preocupante. Segundo balanço divulgado no domingo (3) pelo governo estadual, 5.988 pessoas ficaram desalojadas e 1.085, desabrigadas.
Um agricultor de 64 anos morreu em Iati, no Agreste de Pernambuco, ao tentar desentupir bueiros de uma ponte. Ele caiu em um buraco e foi carregado pela força das águas, até ser encontrado longe do local, com escoriações na cabeça e sem vida.
Na Zona Mata Sul, no município de Jaqueira, um homem foi arrastado pela água ao tentar passar por uma praça alagada também no domingo. Até o momento, ele não foi localizado.
Ao todo, 29 cidades do estado tiveram prejuízos. O nível das chuvas continua diminuindo.
No Rio Grande do Norte, a chuva do fim de semana chegou bem perto da expectativa do mês inteiro em Natal. Foram 235 milímetros, 10 mm a menos do que o esperado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte. A Defesa Civil do município atendeu aproximadamente 50 chamados e 25 casas foram interditadas no bairro Felipe Camarão, já que uma cratera se abriu no local.
Natal está em estado de calamidade pública. O grande volume de chuva provocou o transbordamento de lagoas, alagamento de imóveis, crateras, redes de drenagem com problemas, deslizamentos e quedas de árvores.
O número de pessoas desabrigadas e desalojadas ainda não é grande, mas, segundo a Defesa Civil, três famílias e um idoso estão abrigados em uma escola municipal.