Nora Morales de Cortiñas, presidente das Mães da Praça de Maio Linha Fundadora, faleceu nesta quinta-feira, informou em nota a organização Avós da Praça de Maio.

Nascida em 22 de março de 1930, ela era psicóloga. Em 15 de abril de 1977, seu filho mais velho, Carlos Gustavo, estudante de Ciências Econômicas e membro da Juventude Peronista, foi sequestrado e desaparecido na estação de trem de Castelar pela ditadura militar argentina.

Desde 1977, Nora Cortiñas fez parte das Mães da Praça de Maio, grupo que exige das autoridades a punição dos culpados pelos sequestros, torturas e desaparecimentos forçados de aproximadamente 30.000 pessoas durante a ditadura militar de 1976 a 1983. Ela viajava por todos os continentes, convocando solidariedade com os familiares dos desaparecidos e a punição dos culpados pelos crimes contra a humanidade em seu país.

O jornal Página 12 descreveu: “Nora Cortiñas não é uma só: é a mãe que grita em frente às câmeras, a que usa o lenço branco na cabeça, a que leva o lenço verde no pulso, a que joga bola, a que sobe em uma moto, a que anda com sua bengala com flores ou a que se deixa conduzir em uma cadeira de rodas. É a mulher que foi até seus últimos dias à Praça de Maio – aquele lugar em que chegou em maio de 1977 com a esperança de recuperar seu filho sequestrado pela ditadura. Nora Cortiñas, que morreu nesta quinta-feira aos 94 anos, é eterna na memória do povo argentino que luta pela verdade e justiça.”