No mês da mulher, Rhamayana, cantautora baiana lança álbum sobre maternidade
Após lançar as primeiras músicas separadamente, em formato cascata, a cantora e compositora baiana Rhamayana (@rhamayanab) disponibilizará seu álbum de estreia completo nas plataformas de streaming nesta sexta-feira (15).
Por Noé Pires
Após lançar as primeiras músicas separadamente, em formato cascata, a cantora e compositora baiana Rhamayana (@rhamayanab) disponibilizará seu álbum de estreia completo nas plataformas de streaming nesta sexta-feira (15). A primeira música lançada, “Mar Terna Idade”, que dá nome ao álbum, chegou ao público em agosto de 2023 e já soma quase 10 mil reproduções no Spotify.
De forma totalmente orgânica, as músicas da jornalista, que não se imaginava cantora, começou a compor, despretensiosamente, em 2014, lavando pratos, e só se encorajou para gravar suas canções após tornar-se mãe. Suas músicas conquistaram rapidamente um espaço no Spotify, sendo adicionadas a cerca de 320 playlists na plataforma, em menos de 1 ano.
Quando reuniu músicas sobre mulheres e parentalidade, para gravar seu álbum de estreia, a cantora acreditava que as músicas entrariam em playlists de gestação e partos e se surpreendeu ao ver “Mar Terna Idade” na playlist de lojas como Shoulder, Garage Rio e Vix Paula Hermanny. A verdade é que a sonoridade de Rhamayana agrada diferentes públicos. Com uma fusão de gêneros e uma profundidade artística, sua música celebra nossa boa e nunca ultrapassada Música Popular Brasileira.
“Mar Terna Idade” explora as nuances da maternidade e seus desafios por meio de uma coleção de músicas que incorporam elementos do Ijexá, Samba, Frevo e toques de Pop. A riqueza lírica e musical das faixas oferece uma experiência emocional profunda que atrai amantes da MPB de todas as idades e gêneros.
Produção Musical
O arranjo, que nos faz sentir de forma visceral a profundidade das palavras de Rhamayana, é do produtor musical feirense, Lerry. O músico multi-instrumentista, compositor e DJ fez os arranjos das músicas com a sensibilidade que só alguém que vive intensamente a paternidade poderia expressar. Pai de três meninas, Lerry traduz nos arranjos a delicadeza, a intensidade e o drama dessa relação.
O grande diferencial de “Mar terna idade” é que ele não pode ser colocado na caixinha reducionista de um álbum sobre maternidade com músicas para “mamãe-bebê”. É um álbum para quem gosta de música, de arte, de canções sobre a experiência de viver e sentir intensamente. Este é um álbum profundo que traduz a ambivalente experiência de tornar-se mãe através da poesia e das curvas melódicas das músicas.
Cheio de recursos literários, o álbum já explora as possibilidades da palavra e da rica língua portuguesa no título: “Mar Terna Idade”. O trocadilho brinca com a sonoridade e o sentido de palavras, que juntas, soam parecido com maternidade: “mar terna idade” e “mar tenra idade”. A brincadeira faz referência ao mergulho turbulento e cheio de ternura na parentalidade que leva a mulher ao encontro com a tenra idade: a do bebê em seu colo e a sua própria, ao encarar, no contato com o bebê, sua criança interior.
O álbum começa com uma música que Rhamayana compôs grávida, cheia de expectativa e idealizações; depois, as canções vão ganhando contornos psicológicos mais complexos, refletindo uma maternidade real. Ele passa, ainda, por duas homenagens a mulheres fortes, em ritmo de samba e de frevo, uma delas é a avó da cantora, a outra é mãe do ativista socio ambientalista, Thiago Ávila.
Para fechar o disco, após ouvir sete faixas, o público chega a uma faixa bônus, que é pura singeleza, graça e espontaneidade, com mãe e filho improvisando uma canção, numa espécie de ritual que ela costumava fazer na hora de colocar o filho para dormir, contando tudo o que fizeram no dia. “Uma amiga sugeriu que eu colocasse esse áudio no disco, porque quando eu postei o áudio no Instagram, todo mundo ficou encantado com meu filho com um aninho, improvisando comigo uma canção, no áudio, a gente narra um dia bem legal e essa é uma forma bem legal e inusitada de terminar um disco”, conta Rhamayana.