Aos 53 anos, a atleta da natação paralímpica dedicou anos da sua vida ao triathlon e depois se reencontrou no paradesporto

Foto de perfil de Susana sorrindo., uma mulher branca de 53 anos. Ela usa uma touca de natação branca.

Foto: Daniel Zappe / MPIX / CPB

Por Mariana Walsh

Durante anos, a gaúcha Susana Schnarndorf, de 53 anos, dedicou a sua vida ao triathlon. Foi pentacampeã brasileira, entre 1993 e 1997, e competiu no Pan-americano de 1995 na Argentina. Além disso, participou por treze vezes do WTC Ironman, principal competição mundial do esporte, que acontece todos os anos no Havaí em que o desafio é nadar 3,8km no mar, pedalar 180km e, ao final, correr uma maratona.

Susana foi diagnosticada, aos 39 anos, com síndrome de Shy-Drager, mais conhecida como Atrofia Muscular de Múltiplos Órgãos (MSA), uma doença degenerativa que ataca o sistema nervoso e paralisa diversos músculos do corpo. A expectativa de vida para pacientes com MSA é em torno de 5 a 10 anos, mas Susana têm driblado o seu prognóstico enquanto se destaca nas piscinas mundo afora.

Os primeiros sintomas da doença foram percebidos em 2005, mas por ser uma doença rara, seu diagnóstico só foi concluído em 2007. Ao se deparar com uma notícia que mudou os rumos da sua vida, foi no esporte paralímpico que Susana aprendeu a se aceitar e conseguiu um novo incentivo em sua vida. Ela estreou pela seleção brasileira na nova modalidade em 2010, e em 2012 estava na capital inglesa para disputar sua primeira Paralimpíada.

Como a sua doença se desenvolveu ao longo dos anos, a nadadora começou na classe S7 e hoje em dia compete pela S4. A divisão de classes é feita do S1 ao S10 (quanto mais perto do um há mais comprometimento) a partir das limitações em executar a atividade e não pela deficiência. Para que a competição seja sempre justa, os atletas são reavaliados de tempos em tempos, para ver se é necessário que ocorra uma reclassificação.

No Rio, em 2016, a gaúcha ganhou sua primeira medalha paralímpica, uma prata no revezamento misto 4x50m livre. Em Tóquio, Susana está na sua terceira participação em Jogos Paralímpicos, disputou o 100m livre e ainda briga por medalhas nos 150m medley, 50m livres e 50m costas. Seja no mar do Havaí ou nas piscinas espalhadas pelo mundo, Susana segue deixando sua marca por onde passa e colecionando medalhas.

Texto produzido para cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube

Conheça outros colunistas e suas opiniões!

Colunista NINJA

Memória, verdade e justiça

FODA

Qual a relação entre a expressão de gênero e a violência no Carnaval?

Márcio Santilli

Guerras e polarização política bloqueiam avanços na conferência do clima

Colunista NINJA

Vitória de Milei: é preciso compor uma nova canção

Márcio Santilli

Ponto de não retorno

Renata Souza

Abril Verde: mês dedicado a luta contra o racismo religioso

Jorgetânia Ferreira

Carta a Mani – sobre Davi, amor e patriarcado

Moara Saboia

Na defesa das estatais: A Luta pela Soberania Popular em Minas Gerais

Dríade Aguiar

'Rivais' mostra que tênis a três é bom

Andréia de Jesus

PEC das drogas aprofunda racismo e violência contra juventude negra

André Menezes

“O que me move são as utopias”, diz a multiartista Elisa Lucinda

Ivana Bentes

O gosto do vivo e as vidas marrons no filme “A paixão segundo G.H.”

Márcio Santilli

Agência nacional de resolução fundiária

Márcio Santilli

Mineradora estrangeira força a barra com o povo indígena Mura

Jade Beatriz

Combater o Cyberbullyng: esforços coletivos