As dificuldades enfrentadas pelas mulheres atletas em conciliar esporte e maternidade

Ona Carbonell e seu filho Kai durante uma concentração em dezembro. Via EL PAÍS.

Por Letícia Remonte, Giulia Maquiaveli, Mariana Walsh para a cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube

Participar de uma Olimpíada requer empenho. São quatro anos de preparação para chegar ao melhor desempenho na competição. Esse processo é desgastante e estressante, e se torna ainda mais difícil com a maternidade. Além da desigualdade de gênero e preconceito no meio esportivo, as mulheres, muitas vezes, também precisam enfrentar o desafio de conciliar suas carreiras e serem mães. 

No esporte, essas situações se tornam ainda mais difíceis de lidar, já que as atletas dependem 100% do seu corpo para se destacarem. A atleta estadunidense Alysia Montaño declarou: “Quando a mulher decide ter um bebê, a indústria do esporte a expulsa”. Enquanto isso, os homens conseguem se dedicar ao esporte mesmo quando se tornam pais.

Esse assunto tem sido trazido para a mídia por muitas atletas. Elas relatam que sofrem com a perda de patrocínio, remuneração e apoio para as competições quando optam por serem mães. Além disso, apontam a falta de uma licença maternidade e direitos das mulheres dentro do esporte, e ressaltam que tornar-se mãe não é um indicativo de fim de carreira. 

A jogadora de vôlei Tandara, quando engravidou de Maria Clara, precisou entrar com uma ação trabalhista contra seu clube que não quis honrar seu contrato. Foi a primeira vez que uma atleta de elite brasileira teve respaldo da justiça. Allyson Felix, 6 vezes campeã olímpica no atletismo, mãe da pequena Carmyn, de três anos, também faz parte dessa luta, para garantir melhores condições para as atletas, criou um auxílio financeiro para as atletas-mães que disputam a olimpíada de Tóquio 2020.  

O direito à maternidade tem sido conquistado aos poucos, ainda assim mulheres, não só no esporte, mas no mercado de trabalho ainda enfrentam barreiras como salários mais baixos e menos possibilidade de contratação. É necessário reconhecer que mulheres, inclusive em sua profissão como atletas, têm o direito de serem mães.

Alysia Montano — Foto: Getty Images

Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

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