Christian é um rapaz negro, loiro e está sentado na pista de atletismo de Tóquio após uma corrida.

Jogos Paralímpicos Tóquio 2020. Foto: Ale Cabral/CPB.

Por Diego Veiga

Hoje, dia 22 de setembro, comemora-se o Dia Nacional do Atleta Paralímpico, instituído a partir do decreto de lei nº 12.622, de 8 de maio de 2012. Esta data é em sequência ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, que é celebrado no dia 21.

O Brasil fez sua estreia nos Jogos Paralímpicos em 1972, em Heidelberg, na antiga Alemanha Ocidental. O país teve representantes no paratletismo, no tiro com arco, na natação e no basquete em cadeira de rodas. A partir de então, o país participou de todas as edições dos Jogos Paralímpicos.

A primeira medalha conquistada pelo Brasil na história dos Jogos foi com Luiz Carlos da Costa, que conseguiu uma prata nos Jogos Paralímpicos de 1976, em Toronto, na prova do lawn bowls, esporte semelhante à bocha. Já o primeiro ouro veio com Márcia Malsar, na prova de 200 metros do paratletismo nos Jogos Paralímpicos de Nova Iorque, em 1984.

O Comitê Paralímpico Brasileiro foi criado apenas depois dos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona. Antes disso, os atletas paralímpicos brasileiros iam para os Jogos sob a responsabilidade dos clubes que defendiam. Nesta época, algumas empresas patrocinavam os atletas, mas pediam para não terem suas marcas expostas, pois não queriam ficar associadas às pessoas com deficiência.

Apesar de todo o capacitismo cometido pelas empresas patrocinadoras e a demora na criação de um comitê próprio para se ter organização, investimento e desenvolvimento real dos esportes, os atletas paralímpicos levaram o Brasil para o vigésimo primeiro lugar no quadro geral da história das Paralimpíadas, com 378 medalhas no total, sendo 110 de ouro, 135 de prata e 133 de bronze.

A NINJA Esporte Clube entrevistou com exclusividade o atleta do paratletismo e um dos mais jovens da delegação que participou dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Christian Gabriel, de 19 anos. O paulista de Sertãozinho é campeão mundial jovem nos 100 e nos 200m. Atualmente figura na segunda posição do ranking mundial da classe T37, para pessoas com paralisia cerebral. Confira a entrevista:

Cristhian, primeiramente agradecemos pela entrevista. Para começar, você pode contar um pouco da sua história dentro do esporte?

Comecei a minha trajetória no paratletismo na escola, aos 15 anos. É uma história bem engraçada, porque foi de uma suspensão na escola que eu pude conhecer o esporte que vem mudando a minha vida. Através dele eu pude me destacar e ir para vários campeonatos até chegar ao topo, que foi minha participação na Paralimpíada de Tóquio.

Como foi participar da Paralimpíada de Tóquio sendo um dos atletas mais novos da delegação?

Foi uma experiência incrível. Eu aprendi e vivenciei a cultura de atletas de vários países diferentes reunidos na Vila Paralímpica. Por ter tido a oportunidade de participar da maior competição paralímpica do mundo tão jovem, eu senti orgulho de mim mesmo e mostrar para as pessoas que a deficiência não é um impeditivo para correr atrás dos nossos sonhos e conquistá-los. Com certeza foi um sonho realizado.

Como você vê o apoio do Comitê Paralímpico para o desenvolvimento do esporte paralímpico?

A estrutura do Comitê Paralímpico para mim é uma das melhores do mundo, excepcional mesmo. Eles dão o suporte necessário para que o atleta paralímpico e sua modalidade possa se desenvolver com a ajuda de profissionais de várias áreas diferentes. Eu não tenho do que reclamar.

E quais são seus planos e metas para o futuro?

Minha meta é ser campeão paralímpico, é óbvio (risos). Eu sempre dou meu melhor independente de resultado. Outra meta muito grande que eu tenho é poder ajudar financeiramente minha família. Ajudá-los a se estruturarem é com certeza meu maior plano”

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