Nheengatu App: Conheça o primeiro aplicativo voltado para o ensino de língua indígena no Brasil
O sucesso do aplicativo inspirou outras comunidades indígenas a buscar soluções semelhantes para suas próprias línguas
A jovem Suellen Tobler desenvolveu o Nheengatu App, o primeiro aplicativo voltado para o ensino de um idioma indígena brasileiro, em resposta à crescente necessidade de preservar e revitalizar as línguas indígenas do Brasil. Segundo a pesquisadora, o Nheengatu foi a língua mais falada da região amazônica.
O aplicativo está disponível para download no site https://nheengatu-app.web.app/#/.
O aplicativo oferece uma variedade de exercícios, incluindo palavras e frases, com áudios gravados por George Borari, professor de Nheengatu da Escola Indígena Borari de Alter do Chão, no Baixo Tapajós. O Nheengatu, originado do tronco linguístico tupi e influenciado pelo português.
A ferramenta foi apresentada na 6ª edição da Campos Party Brasília, festival de tecnologia, criatividade e inovação, no estádio Mané Garrincha. O aplicativo Nheengatu App, foi lançado em outubro de 2021, com apoio da Lei Aldir Blanc e da Secretaria de Cultura do Pará. Desde então ele tem sido utilizado em salas de aula de escolas indígenas no Baixo Tapajós, demonstrando sua utilidade prática na preservação e transmissão da língua.
O sucesso do aplicativo inspirou outras comunidades indígenas que estão na luta pela permanência de suas culturas, a buscar soluções semelhantes para suas próprias línguas. Segundo a desenvolvedora existem dois aplicativos que estão em desenvolvimento.
Suellen Tobler conta que tudo começou quando ela ganhou o livro “Nheengatu Tapajowara” da professora Dailza Araújo, da escola indígena Suraraitá Tupinambá, na Aldeia São Francisco, em Santarém, no Pará. Ao ler o livro Suellen percebeu as semelhanças da língua com o alemão, e resolveu procurar cursos através de aplicativos para línguas, porém não encontrou nenhum voltado para línguas indígenas de povos do Brasil, encontrou apenas aplicativos da Bíblia Judaico Cristã traduzida para diversas línguas indígenas.
A pesquisadora explica que a informação digitalizada chega rápido para as novas gerações e este ator é fundamental para o processo de retomada linguística.