Defesa da agricultura familiar, suco de uva e embate com deputados investigados: o primeiro dia da CPI do MST

Foto: reprodução/TV Câmara

A atitude violenta do presidente da CPI do MST, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), de cortar o microfone da deputada Sâmia Bonfim (PSOL) foi uma das cenas absurdas no primeiro dia de reunião da comissão, que tem Ricardo Salles como relator.

Integrante da comissão, Sâmia lia a notícia de que o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal retome as investigações sobre a participação do deputado nos atos golpistas de 8 de janeiro.

“Acabou de sair a notícia que o Moraes autoriza a Polícia Federal a retomar a investigação do presidente da CPI do MST pela participação nos atos antidemocráticos. Que até agora o senhor estava dizendo que era mentira”, disse a deputada, quando foi cortada.

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Hoje, em entrevista ao UOL, a deputada afirmou que a atitude foi “antiregimental”. Mesmo tendo tempo de liderança, Sâmia teve o microfone cortado.

“Não pode ser interrompido um comunicado de liderança, a não ser que tenha uma catástrofe climática acontecendo. É um direito que tem que ser respeitado porque não tem a ver só com um parlamentar, é um partido político que está sendo representado ali”, disse a deputada.

Deputada do PSOL cita crimes ambientais de Salles

Talíria Petrone criticou o fato de a CPI ser relatada por Salles após o desempenho dele como ministro do Meio Ambiente durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Cresceu mais de 70% a violência no campo. Tem a ver com grilagem, tem a ver com madeireiros, tem a ver com garimpo ilegal. Aliás, com crimes que têm envolvimento do próprio relator, hoje investigado pela Polícia Federal. Eu estou falando de fatos”, disse a deputada.

 

Ricardo Salles, então, pediu a palavra e anunciou uma representação contra a deputada no Conselho de Ética da Câmara. Salles é investigado por corrupção em um caso de exportação ilegal de madeira da Amazônia.

A deputada federal Camila Jara (PT) ofereceu ao presidente da comissão parlamentar um pouco do suco orgânico de uva produzido nos assentamentos sem terra e aproveitou para falar sobre a importância da agricultura familiar na produção de alimento de verdade no campo e na cidade.