Foto: Cristphe Simon/ AFP

Durante a 75ª edição do Festival de Cannes, onde esteve presente para receber o prêmio Women in Motion, Viola Davis expôs o racismo que sofreu de um diretor em seu passado.

“Tinha um diretor que me chamava de Louise. Depois descobri que ele me chamava assim porque Louise era o nome de sua empregada. Eu o conhecia há 10 anos”, recordou a atriz durante um painel do evento francês. “Eu tinha uns 30 anos na época, então foi há algum tempo. Mas o que você precisa perceber é que essas microagressões acontecem o tempo todo.”

Vencedora de um prêmio Emmy por sua atuação em ‘How to Get Away with Murder’, Viola Davis explicou que a cor de sua pele é levada em consideração na escalação de obras, algo que limita a quantidade de papéis: “Se eu quisesse interpretar uma mãe cuja família mora em um bairro de baixa renda e meu filho é membro de uma gangue que morreu em um carro, eu poderia fazer isso”, disse. “Mas se eu quisesse interpretar uma mulher a procura de se reinventar, voando para Nice e dormindo com cinco homens, aos 56 anos, teria dificuldades de conseguir o projeto, mesmo sendo Viola Davis.”

A atriz e produtora será homenageada no próximo dia 22, no Festival de Cannes, pelo Prêmio Women In Motion 2022, que visa saudar mulheres de grande contribuição na arte e na sociedade. “Seu talento, trabalho duro, escolha de papéis e a maneira como ela os interpreta lhe renderam os mais altos reconhecimentos da indústria cinematográfica”, explica um trecho do comunicado, lembrando que ela “é uma das poucas personalidades de Hollywood que ganhou um Globo de Ouro, um BAFTA, quatro SAG Awards, dois Tony Awards, um Oscar e um Emmy”.