Antônio Valesan (PTB) fez uma declaração racista na última segunda-feira (4), durante uma sessão ordinária na Câmara de Vereadores de Roca Sales, no Vale do Taquari. Ele utilizou a expressão “trabalho de gente branca” ao referir-se à execução de uma obra no município gaúcho.

Durante o discurso, Valesan criticava o trabalho de uma empresa terceirizada na beira do rio Taquari, afirmando que, se não houvesse um “trabalho de gente branca”, a obra poderia ser embargada. “Pode cair até o asfalto dentro do rio lá, mas nós não vamos deixar mexer naquilo lá mais. Tem que ser feito um muro de contenção”, completou o vereador.

As declarações repercutiram não apenas entre os presentes na sessão, mas também nas redes sociais e na comunidade local. Em resposta às críticas, Valesan emitiu uma “carta aberta à comunidade” na qual pede desculpas pela fala considerada insensata e sem justificativa.

A Polícia Civil informou que um boletim de ocorrência foi registrado por uma pessoa que se sentiu ofendida com a declaração do vereador. Um inquérito será aberto para apurar o caso, e a Câmara de Vereadores de Roca Sales ainda não tomou medidas formais em relação à conduta de Antônio Valesan.

Em 2011, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão da Justiça Eleitoral que suspendeu por cinco anos os direitos políticos de Valesan por desvio de doação de calçados durante as eleições de 2000.

Um outro caso emblemático de racismo aconteceu no Rio Grande do Sul em 2022. A Polícia Civil gaúcha abriu investigação sobre declarações de cunho racista de um vereador de Caxias do Sul. Sandro Fantinel fez um discurso em que atacou trabalhadores que foram vítimas de trabalho análogo à escravidão em empresas ligadas a Salton. Na ocasião, mais de 200 cidadãos foram resgatados de uma situação comparável à escravidão. Sandro Fantinel não teve o mandato cassado.