Ele nega a autoria das mensagens e afirma que foram forjadas por um desafeto. Cidade organiza ato nesta segunda-feira

Imagem: Divulgação

Desde a última semana, o vereador Claudio dos Santos (PSL), conhecido como Claudião Oklahoma, de Tatuí (SP), tornou-se centro de uma polêmica envolvendo acusações de racismo e misoginia contra uma mulher negra em mensagens enviadas a um grupo de WhatsApp. Nas imagens que foram divulgadas com o registro da conversa, ele chama a mulher de “chita”, “carvão queimado”,

Em outra mensagem, o agressor fala ao grupo que a mulher negra seria transferida para trabalhar em Quadra “porque é muito feia para ficar na agência de Tatuí. Só tem mulheres novas e bonitas. Dragão desgraçada, de feia”.

A vítima registrou boletim de ocorrência e as denúncias começaram a chegar à imprensa, incluindo à Mídia NINJA. O jornal Estado de S. Paulo recebeu depoimentos de testemunhas afirmando que as mensagem foram feitas no dia 25 de março. As fontes disseram ao Estadão que há um atrito político entre o vereador e a família da vítima agredida, especialmente o esposo. Nas mensagens, além de ofender a mulher, ele também teria xingado o filho dela: “é tão feio que acho que criaram a placenta e jogaram o feto fora”.

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Claudio divulgou nota afirmando ser vítima de fake news. Ele diz que as mensagens foram forjadas com a intenção de sujar sua imagem e que a mesma pessoa já teria feito outras denúncias com base em fake news. Ele diz que o plano foi arquitetado “por um desafeto que há tempos vem atacando eu e minha família, por razões políticas, principalmente por não ter cedido a pressões políticas para beneficiar – ilicitamente – tal pessoa”.

Conforme informado no G1, Cláudio afirma que a denunciante teria confessado para um amigo que faria as montagens de cunho racista para desmoralizar a imagem do vereador.

A mulher que fez a denúncia, no entanto, afirma que chegou a ser ameaçada pelo parlamentar no local de trabalho. Ele teria provocado mais constrangimentos com ofensas à vítima na frente de outras pessoas. Vídeos e áudios que teriam registrado a cena estão em segredo de justiça.

Em nota, a Câmara Municipal de Tatuí afirmou que vai apurar todas as denúncias. O caso também agitou os movimentos antirracistas e feministas de Tatuí, que lançaram um abaixo-assinado na segunda passada (28) exigindo a cassação do vereador. A petição já reúne mais de 5 mil assinaturas. Um ato foi marcado para a noite desta segunda-feira (4), às 19h, em frente à Câmara dos Vereadores de Tauí.

O ato foi marcado em virtude da Sessão Ordinária da casa legislativa municipal em que o abaixo-assinado será entregue. O objetivo do documento é realizar uma “mobilização publicamente” para pressionar outros vereadores a se posicionarem.