Nesta sexta-feira (22), às 00h27min, horário de Brasília, o verão deu as caras oficialmente no Brasil. No entanto, este não é um verão comum: é marcado pela presença de um El Niño, sendo um dos mais fortes já registrados.

Apesar das queixas, é importante lembrar que o verão também traz consigo aumento das chuvas, proporcionando momentos de alívio térmico. Contudo, em meio às mudanças climáticas, até mesmo os meteorologistas enfrentam desafios para prever o que está por vir, e ainda é incerto se as cidades irão conseguir dar conta dos eventos extremos.

O pesquisador Caio Coelho, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, compartilha suas projeções: “Verão mais quente do que o normal para praticamente todo o país, com exceção para o extremo sul, onde as chuvas estão previstas um pouco acima do normal. Para o extremo norte, nordeste, condições de chuva um pouco abaixo do normal. Região central e sudeste, típicas de verão com possibilidade de chuvas abundantes e déficits em alguns períodos”.

O Instituto Nacional de Meteorologia alerta que a temperatura média deste verão no Brasil atingirá 26 graus, a mais alta em 25 anos. O El Niño é apontado como um dos principais responsáveis, com o Oceano Pacífico apresentando temperaturas dois graus acima da média.

Além das altas temperaturas diurnas, as noites também estão sendo afetadas pelas mudanças climáticas. O Centro Nacional de Alertas para Desastres Naturais (Cemaden) analisou as temperaturas noturnas neste ano, que registrou 9 ondas de calor.

José Marengo, meteorologista e coordenador de pesquisas do Cemaden, destaca: “Ondas de calor se caracterizam pelo aumento das temperaturas durante o dia, temperaturas diurnas e noturnas. Isso tem se observado não só no Brasil, mas em todo o mundo, a tendência de noites quentes e dias quentes está aumentando”.

Assim, este verão promete desafios climáticos, exigindo que a população esteja preparada para lidar com as condições extremas e reforce a conscientização sobre as mudanças climáticas em curso.