Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta-feira (8) por porte ilegal de arma durante a operação da Polícia Federal que revelou a estrutura de uma organização criminosa para um golpe de estado no Brasil, para manter Bolsonaro na presidência.

O presidente do PL foi levado para Delegacia Geral da Polícia Federal para esclarecimentos. Documentos e aparelhos foram apreendidos em endereços de Valdemar, além da sede do PL em Brasília. De acordo com os investigadores, a sede do partido foi utilizada em reuniões secretas onde militares, políticos e empresários arquitetaram uma tentativa de golpe no Brasil.

“[Valdemar] utilizou o partido político para colocar em execução um plano de golpe de estado”, diz trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que desencadeou a operação desta manhã.

Ao todo, foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Há ainda medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados, retenção de passaportes e destituição de cargos públicos.

Segundo a investigação, o grupo se dividia da seguinte forma:

  • Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral;
  • Núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado;
  • Núcleo jurídico;
  • Núcleo operacional de apoio às ações golpistas;
  • Núcleo de inteligência paralela;
  • Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos.

Estão entre os alvos de buscas na operação desta quinta:

  • General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
  • General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
  • Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
  • Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
  • Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro;
  • Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
  • Ailton Barros, coronel reformado do Exército.

Estão entre os alvos de prisão:

  • Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro (preso na casa da namorada);
  • Marcelo Câmara, coronel do Exército ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto;
  • Rafael Martins de Oliveira, major do Exército.