Coronel do Exército Ricardo Sant’Anna utilizou as redes sociais para divulgar fake news a respeito das urnas eletrônicas, sobre Lula e o PT

Coronel do Exército Ricardo Sant’Anna não foi incluído no grupo de fiscalização do processo eleitoral. Foto: Reprodução

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) excluiu o coronel do Exército Ricardo Sant’Anna no grupo de fiscalização do processo eleitoral. Conforme documento entregue, nesta segunda-feira (8), ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o militar utilizou as redes sociais para divulgar fake news a respeito das urnas eletrônicas, sobre Lula e o Partido dos Trabalhadores.

A informação consta em um ofício assinado pelo presidente do TSE, Edson Fachin, e pelo vice-presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O TSE afirma ainda que o ministro da Defesa pode indicar um novo nome, se quiser, para a substituição de Sant’Anna.

As Forças Armadas começaram a inspecionar o código-fonte da urna eletrônica na última terça-feira (2). O ministro da Defesa havia enviado um ofício ao TSE classificado como “urgentíssimo” e solicitando a análise, porém a sala com acesso ao código-fonte está aberta desde outubro de 2021.

“A posição de avaliador da conformidade de sistemas e equipamentos não deve ser ocupada por aqueles que negam prima facie o sistema eleitoral brasileiro e circulam desinformação a seu respeito. Tais condutas, para além de sofrer reprimendas normativas, têm sido coibidas pelo TSE através de reiterados precedentes jurisprudenciais”, diz o documento.

Os ministros também acrescentaram: “A elevada função de fiscalização do processo eleitoral há que ser exercida por aqueles que funcionam como terceiros capazes de gozar de confiança da Corte e da sociedade, mostrando-se publicamente imbuídos dos nobres propósitos de aperfeiçoamento do sistema eleitoral e de fortalecimento da democracia”.

Fake news

Sant’Anna compartilhou diversos posts a respeito das urnas eletrônicas e posts em ataque a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de publicações deslegitimando as pesquisas de intenção de voto.

Em uma das publicações – que chegou até mesmo a ser marcada pelo Facebook como “informação falsa” – afirma que o ex-presidente Lula (PT) teria roubado um faqueiro de ouro que a rainha Elizabeth II deu em 1968 ao então presidente-general Artur da Costa e Silva.