Por Marilda Campbell

A 40ª edição do Sundance Film Festival, maior evento de cinema independente dos Estados Unidos, realizado em Utah, acontece de 18 a 28 de janeiro de 2024. Três produções brasileiras, um longa e dois curtas-metragens, foram selecionados para o Festival.

O filme “Malu”, escrito e dirigido por Pedro Freire, participa da mostra competitiva “World Cinema Dramatic Competition”. Conta a história de Malu (Yara de Novaes), uma atriz instável e desempregada, que vive com sua mãe conservadora em uma casa simples de uma favela carioca. Enquanto vive das lembranças de um passado artístico glorioso, ela tenta lidar com o relacionamento tenso com sua filha, já adulta.

Este é o primeiro longa de Pedro Freire, que se inspirou na história de sua própria mãe para desenvolver o filme, Freire já trabalhou com cineastas como Ruy Guerra, Karim Aïnouz e Marcelo Gomes. “Malu” tem produção da Bubbles Project e da TV Zero e coprodução da Rio Filme, Canal Brasil e Telecine.

Na mostra de curtas-metragens, o “Short Film Program”, duas produções nacionais foram selecionadas.

“Boi de Conchas”, escrito e dirigido por Daniel Barosa, conta a história de Rayane, uma jovem que está em luto pela irmã desaparecida. Ela se equilibra ajudando seu pai pescador e ensaiando para o festival de música da escola – desde que não se torne um boi antes, um infortúnio que assola vários adolescentes da região.

O curta foi filmado em Bertioga, litoral de São Paulo, e tem inspiração em uma lenda local sobre o Boi e na relação afetiva de Barosa com a cidade. “Boi de Conchas” é produzido pela Nimboo’s Filmes e distribuído pela More Than Films

Foto: Reprodução/festival.sundance.org

O segundo curta selecionado é “Dona Beatriz Ñsîmba Vita”, uma animação escrita e dirigida por Catapreta. Que narra a história de uma mulher singular determinada a cumprir a missão divina de criar seu próprio povo usando sua habilidade peculiar de produzir clones de si mesma. Livremente inspirado na vida e no legado da personagem histórica conhecida como Kimpa Vita, heroína congolesa do século XVII.

Catapreta é um artista negro, pedreiro de pixel, profissional independente de cinema e vídeo, animador, ilustrador, designer e artista plástico. Mineiro de Belo Horizonte, filho da favela e dos terreiros de Umbanda, faz filmes, pinta murais, faz desenhos e tudo isso a serviço de uma leitura muito particular, a tematizar os Orixás, os Nkisses, os Voduns, as entidades espirituais e as personalidades heroicas do legado diaspórico negro.

“Dona Beatriz Ñsîmba Vita” foi produzido por Mirian Rolim e Imã de Mamão Filmes. O curta também participa da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece de 19 a 27 de janeiro na cidade mineira.

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