Os cientistas detectaram que no Planalto Central, por exemplo, as secas são 6 vezes mais comuns que na década de 80

O Brasil ficou mais seco em 42% do território, apontam pesquisadores (Aleisson Ludtke/Epagri)

 

Nos últimos 40 anos, gradativamente, o Brasil ficou mais seco em 42% do seu território. A área abrange boa parte das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. É o que aponta um estudo realizado em conjunto com pesquisadores brasileiros e austríacos que, com informações da Agência Nacional de Águas, Mapbiomas e agências internacionais de meteorologia, analisaram os dados de quase 900 bacias hidrográficas. São nessas áreas que a água das chuvas forma os cursos d´água.

Dessa forma, eles calcularam quanto o aquecimento global tornou mais frequentes os eventos climáticos, como secas e enchentes. Os cientistas detectaram que no Planalto Central as secas são seis vezes mais comuns que na década de 80.

O professor de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de São Carlos, Pedro Luiz Borges Chaffe disse à reportagem do Jornal Hoje, que este é um dos lugares que estão secando mais rapidamente no mundo.

“Isso se deve às mudanças climáticas, com menos chuvas e também, como aumento expressivo do consumo de água, principalmente, pela expansão da agricultura nessa região”.

De outro lado, em área que abrange o Norte da Amazônia e região Sul, o Brasil ficou mais úmido. Essa área corresponde a 25% do território brasileiro. O doutorando na Universidade Técnica de Viena, Vinícius Bogo, que também integra a pesquisa, explica que são áreas onde está chovendo mais. Mas de modo irregular. “Só que não está chovendo ao longo do ano, mas só ao longo do verão. Só de curto espaço de tempo e isso acaba saturando o solo muito mais rápido e a gente acaba sentindo efeito de enchentes mais frequentes e de maiores números”, explicou.