Por Mariana Walsh e Rafaella Azevedo

Há 20 anos, no dia 30 de junho de 2002, no estádio Internacional de Yokohama, no Japão, o Brasil venceu a Alemanha por 2 a 0 e conquistou o pentacampeonato da Copa do Mundo. Sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o time brasileiro teve uma campanha impecável, com sete vitórias em sete jogos – marcando 18 gols e sofrendo apenas 4. Com um time repleto de craques, como a dupla Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, a equipe que ficou conhecida como “Família Scolari” consagrou a camisa verde e amarela como a mais vitoriosa do mundo. 

A trajetória rumo a quinta estrela

Apesar da grande conquista, o caminho até o topo foi repleto de emoções. Em 1998, na Copa do Mundo da França, a seleção brasileira, que era atual campeã do mundo, sofreu um duro golpe ao perder a final para os donos da casa. Após essa derrota, houve uma tentativa de reestruturação na equipe, que resultou em quatro trocas de técnico durante o novo ciclo e uma campanha duvidosa nas eliminatórias, onde a vaga só foi conquistada na última rodada. Cercada de muita desconfiança, o time brasileiro se reergueu, recuperando a confiança ao longo da fase de grupos do mundial. 

Na estreia, o Brasil enfrentou a Turquia, e apesar de sair atrás no placar, contou com gols de Ronaldo e Rivaldo para ganhar por 2 a 1. Em seguida, os Rs da seleção (Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho e Roberto Carlos) marcaram para garantir um triunfo expressivo contra a China por 4 a 0. Já pela última rodada, contra a Costa Rica, em uma partida com sete gols, Ronaldo, Edmílson, Rivaldo e Júnior fizeram e garantiram a vitória brasileira por 5 a 2. 

Líder do grupo, com 100% de aproveitamento, a seleção brasileira enfrentou a Bélgica nas oitavas de final. A estrela da vez foi o goleiro brasileiro, ”São  Marcos”, que fechou o gol, realizou defesas incríveis e parou o forte ataque belga, comandado por Marc Wilmots. No ataque, Rivaldo e Ronaldo ficaram responsáveis por balançar a rede, aos 67’ e 87’, respectivamente, para fazer 2 a 0 e garantir o Brasil na próxima fase. 

Nas quartas de final, o adversário foi o forte time da Inglaterra – que contava com integrantes como David Beckham e Michael Owen. Aos 23’ os ingleses abriram o placar, mas para alívio do torcedor brasileiro, Rivaldo conseguiu empatar ainda no primeiro tempo. Já na segunda metade, o icônico gol antológico de Ronaldinho Gaúcho em uma cobrança de falta deixou o Brasil na frente, com  2 a 1 no placar, para conquistar a vaga na semifinal. 

Na briga por um lugar na final, Brasil e Turquia voltaram a se enfrentar. Assim como na fase de grupos, o time turco deu trabalho para o brasileiro. Só aos 4’ do segundo tempo que Ronaldo meteu a bola no fundo da rede, e decretou a vitória brasileira. Antes mesmo da conquista do penta, a seleção brasileira fez história por disputar a final do campeonato três vezes consecutivas.

A grande decisão, claro, foi marcada por muitas emoções. O goleiro alemão Oliver Kahn, eleito posteriormente o melhor jogador da competição, até tentou bloquear os ataques do time brasileiro, mas não conseguiu. O Fenômeno, que emplacou 8 gols ao longo do torneio, marcou duas vezes – primeiro aos 22′, após um rebote de Rivaldo, e aos 79’ com um chute no canto esquerdo do gol. 

Assim, a seleção brasileira se tornava a primeira – e única até hoje – a ganhar a Copa do Mundo em cinco ocasiões. No Brasil, apesar da grande diferença de fuso horário, os gritos de ”campeão” saíam da garganta dos torcedores logo de manhã cedo e as ruas foram tomadas pelo verde e amarelo. A imagem de Cafu, capitão da equipe, erguendo a taça ficou eternizada na memória da maioria dos brasileiros, pois esse momento se tornou motivo de orgulho para a nação, já que o país conquistava um feito inédito.

Campeões da Copa do Mundo de 2002: Marcos, Cafu, Belletti, Lúcio, Roque Júnior, Roberto Carlos, Júnior, Edmílson, Gilberto Silva, Kléberson, Ronaldinho Gaúcho, Denílson, Ronaldo, Rivaldo, Dida, Rogério Ceni, Anderson Polga, Vampeta, Ricardinho, Juninho Paulista, Kaká, Edilson e Luizão. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

A busca pelo hexa

Desde então, a seleção brasileira vive a dura busca pelo hexacampeonato. Muitos jogadores vestiram a camisa verde amarela, formando times promissores, que deixaram a torcida esperançosa para a conquista da taça pela sexta vez, mas nenhum deles conseguiu. Esse ano, no Catar, a expectativa era enorme, já que grandes talentos compuseram a equipe. Entretanto, a dura derrota na prorrogação para a Croácia adiou, mais uma vez, esse sonho e fez o brasileiro chorar. 

A partir do ano que vem, um novo ciclo irá começar e uma nova estrada rumo ao topo poderá ser construída. E pela enorme quantidade de talentos espalhados pelo mundo, pela história e as cinco estrelas na camisa. Por ser o país do futebol. O Brasil sempre será grande na briga por mais um título.

Texto produzido para cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube