“Raça é um dos aspectos marcantes de como a nossa sociedade e desenha”. Sylvia Siqueira quer fazer uma política popular, representativa que abra portas para que outras pessoas ocupem também os espaços de poder
Foto: Kim Parra
“A gente vai colocar que a política é esse lugar do público e das pessoas comuns, e principalmente das mulheres e, principalmente, da população negra”. Sylvia Siqueira quer ocupar a política com representatividade e ações para a população, trazendo para a prática política a compreensão das vivências da população para a criação de políticas públicas e na tomada de decisões sobre como utilizar o orçamento. De acordo com ela, dois motivos a levaram a se colocar como candidata em Pernambuco nessas eleições. A morte do menino Miguel Otávio, de 5 anos, que caiu após Sari Corte Real, patroa de sua mãe, deixar a criança pegar um elevador sozinha, e o desmatamento na Mata Atlântica em Recife.
“E hoje a gente tá na defesa para que nenhuma árvore seja derrubada, para que não exista mais desmatamento ou queimadas”. Sylvia aponta que as derrubadas na região em nome do desenvolvimento trariam desabastecimento de água, além de contribuir para o aquecimento global. Sylvia é ativista de direitos humanos, Diretora Executiva da Nossa América Verde, movimento que articula ativistas, sociedade civil organizada e lideranças políticas latino-americanas em torno de um Plano de Recuperação Econômica com Justiça Social e Ambiental 2020-2030, além de presidenta do Movimento Internacional de Educação Socialista e do movimento Mirim Brasil, coordenadora executiva da ABONG (PE), colaboradora Grupo Nacional de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 das Nações Unidas e e compôs o conselho estadual de Direitos Humanos de Pernambuco.
“Eu quero muito que elas se vejam nesse lugar de serem as próximas eleitas”. Sylvia Siqueira fala com as mulheres negras, da periferia, para que se enxerguem como sujeitos e agentes de transformação política, que podem ocupar espaços de poder e trazer real transformação para suas vidas e de suas comunidades, bairros, cidades, estados e para o Brasil.
“Eu quero demonstrar à população de Pernambuco, do Brasil e do Mundo, que a mulher negra, a mulher que nasceu na periferia, a mulher que teve uma vida simples, uma vida comum, é capaz de mover as estruturas que nos violentam todos os dias.
Campanha de Mulher
Esta entrevista faz parte da Campanha de Mulher, projeto autônomo de visibilidade para candidaturas feministas da ELLA – Rede Internacional de Feminismos.
A Campanha de Mulher é um trabalho informativo voltado ao interesse público, não configurando assim uma propaganda eleitoral. Reafirmamos nosso comprometimento com a defesa da democracia e com as pautas defendidas pelas candidaturas progressistas.
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