As empresas estão distribuídas em vários estados, mas a maioria delas estão sediadas em Mato Grosso e Santa Catarina

Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Mais de 100 empresas são suspeitas de financiar a tentativa de golpe de Estado em Brasília, no último domingo (8). De acordo com investigações da Advocacia-Geral da União (AGU), centenas de pessoas jurídicas forneceram dinheiro para bancar ônibus que transportaram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a capital federal.

Há, também, ligação com aqueles que financiaram a permanência nos acampados em frente aos Quarteis do Exército. Alguns dos acampamentos contavam com banheiros químicos, ampla estrutura de tendas, bebida e alimentação grátis. Foi a partir desses locais que os terroristas partiram para as sedes dos Três Poderes no domingo, contando sempre com o dinheiro de empresários e, principalmente, de setores da agropecuária para manter os apoiadores ativos por mais de 50 dias.

A AGU divulgou que apresentará medidas cautelares na Justiça Federal do Distrito Federal pedindo bloqueio de bens dessas empresas. De acordo com o órgão, um dos objetivos do bloqueio de bens é utilizar esses recursos para cobrir os gastos na restauração do patrimônio público e cultural, vandalizado na invasão às sedes dos três poderes.

Os nomes que fazem parte grupo privado ainda não foram divulgados. A AGU, contudo, informou que as empresas estão distribuídas em vários estados, mas a maioria delas estão sediadas em Mato Grosso e Santa Catarina. Ontem (9), o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a Polícia Federal já havia identificado financiadores dos atos em 10 estados. E que a muitas empresas seriam ligadas ao agronegócio.

“O que é possível afirmar cabalmente é que havia financiamentos. Temos a relação de todos os contratantes dos ônibus. Essas pessoas serão chamadas porque contrataram os veículos e não eram para excursões turísticas”, disse o ministro da Justiça.

Segundo um levantamento da Repórter Brasil, dois dos oito empresários bolsonaristas que defenderam o golpe de Estado contra Lula têm também ligação com o desmatamento na Amazônia Legal e no Sul do país. É o caso de Luiz André Tissot, que compra madeira de fornecedores que desmatam ilegalmente a Amazônia. E de Morongo, da Mormaii, autuado por infrações de desmatamento, em 2011, em Santa Catarina.