Carregamento de madeira extraído ilegalmente da Terra Indígena Cachoeira Seca, em 2018. Crime ambiental continua ocorrendo no local. Foto: Vinícius Mendonça/Ibama.

No dia 5 de maio, agentes ambientais federais foram emboscados e agredidos durante atuação em ação de combate à extração ilegal de madeira na Terra Indígena Cachoeira Seca, que ficou em terceiro lugar na lista das Terras Indígenas mais desmatadas da Amazônia, entre agosto de 2018 a julho de 2019.

Um grupo de madeireiros fechou parte da estrada onde os fiscais passariam e quando o coordenador da operação, Givanildo dos Santos Lima, saiu para falar com o grupo foi ferido com uma garrafa de vidro arremessada em sua cabeça.Tudo foi filmado pelos próprios manifestantes. Golpeado, foi levado ao hospital, medicado e passa bem.

A agressão partiu de madeireiros ilegais que foram flagrados e se deu enquanto os fiscais retiravam da área, um dos caminhão com a madeira roubada. Os demais maquinários encontrados, quatro caminhões e dois tratores, foi queimado.

Segundo a nota publicada pela Associação dos Servidores da Carreira de Especialista Em Meio Ambiente e do Pecma (ASIBAMA-PA), com denúncia das agressões sofridas, a ação dos infratores é respaldada pelo próprio governo federal. “Desde 2019 o Governo (Presidente e Ministro MMA) têm feito discursos de inibição de destruição de bens apreendidos em atividades ambientais ilícitas, descaracterizando uma ação prevista em decreto. Inclusive com tentativas de modificar essa normativa, o que incentivou protestos contra as ações de fiscalização.”

Recentemente, dois servidores do IBAMA qua atuaram em uma megaoperação contra o garimpo ilegal feita no início de abril nas terras indígenas Apyterewa, Trincheira Bacajá e Kaiapó, também no interior do Pará, foram exonerados.

Na ânsia de mostrar suas conversas com Sérgio Moro Bolsonaro ainda revelou que trocava mensagens com o ex-ministro da justiça sobre as operações e a destruição de maquinário, explicitando ainda mais a perseguição pelo próprio governo dos servidores responsáveis pela fiscalização.

A nota do ASIBAMA-PA alerta ainda para a segurança dos fiscais, “O risco que os servidores correm na execução de suas atividades já é grande o bastante, sem que as palavras do Governo sirvam de justificativa para atos de violência contra agentes ambientais federais.