Por Marilda Campbell

O longa-metragem “Sem Coração”, dirigido por Nara Normande e Tião, teve sua première mundial na Mostra Competitiva Orizzonti da 80ª edição do Festival de Veneza. Os diretores e as protagonistas, Eduarda Samara e Maya de Vicq, estiveram presentes na sessão realizada na sala Darsena, na tarde de terça-feira (5).

“Sem Coração” se passa no verão de 1996, no litoral de Alagoas. Tamara (Maya de Vicq) está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de “Sem Coração” (Eduarda Samara), por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa.

“Fiquei muito feliz com a sessão, a sala enorme, cheia. Muito emocionante ver tanta gente. A reação das pessoas foi muito boa, projeção e áudio impecáveis, com uma parte da equipe com a gente. O filme nasceu, é um alívio e uma alegria muito grande!”, desabafa Nara. O diretor Tião complementa: “Sentimos as pessoas abertas ao filme e torcendo por ele. Nos sentimos bem recebidos e ficamos felizes com a energia que vinha das pessoas”.

Após o Festival de Veneza, “Sem Coração” terá sua estreia nacional na Première Brasil do Festival do Rio, que acontece de 5 a 15 de outubro. A obra foi uma das selecionadas para a Mostra Competitiva Longa-Metragem Ficção.

“Tenho muitas lembranças incríveis do Festival do Rio, como cinéfila e com os filmes que já apresentei lá, de ‘Crítico’ a ‘O Som ao Redor’, que ganhou o prêmio de melhor filme no Festival de 2012. Vai ser emocionante exibir ‘Sem Coração’ para o público brasileiro pela primeira vez e com a nossa equipe”, destaca a produtora Emilie Lesclaux, da CinemaScópio.

Eduarda Samara e Maya de Vicq. Foto: Giorgio Zucchiatti/La Biennale di Venezia/ASAC

Produções brasileiras presentes no Festival de Veneza

“Sem Coração” não é a única obra brasileira no Festival de Veneza. Três produções participam da Venice Immersive, uma seleção inteiramente dedicada à mídia imersiva, que inclui todos os meios XR de expressão criativa: vídeos 360º, obras XR de qualquer duração, instalações e mundos virtuais.

A experiência imersiva em realidade virtual “Finalmente Eu”, dirigida por Marcio Sal, participa da Mostra Competitiva da Venice Immersive, sendo a única obra 100% latino-americana que concorre ao lado de 27 projetos de diferentes nacionalidades. Você pode conferir o trailer no canal da Biennale no You Tube.

Foto: Reprodução/www.labiennale.org

Os curta-metragens “Origen”, dirigido por Emilia Sánchez Chiquetti, e “Queer Utopia. Act I: Cruising”, de Lui Avallos, participam da Biennale Collage Cinema VR fora da competição.

“Origen” é um projeto imersivo que leva o público a uma viagem que conecta a floresta amazônica, as montanhas do Andes e o deserto argentino. Emilia Sanchez Chiquetti é filha de brasileira, nascida na Argentina, que tem uma paixão pelo cinema imersivo.

Já o curta “Queer Utopia. Act I: Cruising” é uma experiência VR inspirada em histórias da vida real de homens queer com mais de 60 anos. A narrativa interativa convida o público a testemunhar as memórias mais íntimas e contraditórias do protagonista antes que elas desapareçam.