A Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo decretou emergência em saúde pública para a dengue. A medida vem após o Centro de Operações de Emergências (COE) recomendar a ação, considerando que o Estado atingiu a marca de 300 casos confirmados da doença por 100 mil habitantes na segunda-feira (4). No entanto, São Paulo possui um dos mais baixos índices de vacinação de crianças e adolescentes contra a dengue, e isso está preocupando autoridades de saúde.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, até o dia 1º de março, foram distribuídas 1,2 milhões de doses da vacina para 521 municípios de regiões endêmicas do país. No entanto, apenas 135.599 doses foram aplicadas no público-alvo, que são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.

O decreto permitirá que o Estado e os municípios implementem ações com maior agilidade e possam receber recursos adicionais do governo federal. Cada município, após análise de seu cenário epidemiológico, poderá utilizar a medida estadual para decretar emergência em âmbito local.

De acordo com a portaria do governo federal, os incrementos financeiros para emergências deverão ser enviados ao estado para investimento em vigilância em saúde, atenção primária e atenção especializada. Em São Paulo, os recursos serão destinados prioritariamente para aquisição de máquinas de nebulização e insumos, contratação de pessoal e ampliação da capacidade da rede.

Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, enfatizou durante a reunião do COE a importância do monitoramento realizado pelo estado desde o ano passado, que permitiu antecipar ações e evitar cenários mais críticos como os enfrentados por estados vizinhos.

Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), apresentou o Plano de Ação à Emergência em Saúde Pública, construído com base na experiência no enfrentamento das transmissões anuais de dengue. “O plano foi construído de maneira técnica e seguindo critérios epidemiológicos, sempre se baseando na ciência. Ele nos norteará em ações dos principais eixos envolvidos no controle das arboviroses”, explicou.

Para priorizar a transferência de pacientes na rede estadual, que necessitem de leitos de alta complexidade, a Secretaria de Estado atualizou a orientação para a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), garantindo prioridade a todos os pacientes suspeitos para dengue.

Até o dia 4 de março, 131 municípios do Estado registraram mais de 300 casos por 100 mil habitantes, com 22 municípios paulistas decretando emergência.