Com novas subvariantes da Ômicron, casos de covid-19 crescem no Brasil e no mundo

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo informou, nesta terça-feira (8), que uma mulher, de 72 anos, morreu no dia 17 de outubro na capital, vítima da variante BQ.1.1 da ômicron, da covid-19. Com diversas comorbidades, ela ficou internada no Hospital São Paulo, de 10 a 17 de outubro, data em que morreu. O material para exame foi coletado no início do mês passado.

A morte foi confirmada na rede do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) estadual.

Outro caso da doença confirmado em São Paulo é de um homem de 61 anos, que cumpriu isolamento e evoluiu clinicamente bem. Os primeiros sintomas foram detectados em 7 de outubro.

No sábado (5), a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou um caso de covid-19 provocado pela Ômicron BQ.1 na cidade. Na segunda-feira, 7, o Rio Grande do Sul também registrou um caso da subvariante em Porto Alegre.

Conforme a Fiocruz, em 20 de outubro, a subvariante também foi encontrada no Amazonas em um sequenciamento do vírus feito pela unidade amazonense da Fundação.

Já em relação à XBB, até agora, os casos estão restritos à Singapura e Índia. Porém, especialistas alertam que ela pode ser perigosa.

Aumento no mundo

A nova onda de casos de covid-19 que veio junto com duas novas subvariantes da Ômicron, a BQ.1 e a XBB, já tem causado impacto na Europa, na China, nos Estados Unidos e agora começa a crescer no Brasil.

Estudos iniciais mostram que as novas subvariantes da Ômicron (BQ.1 e XBB) podem ser mais transmissíveis e resistentes às barreiras vacinais.

A vacina bivalente da Pfizer pode ser uma alternativa na hora de reforçar a imunização contra a variante BQ.1, apontam médicos.

“A BQ.1 tem um escape de reposta imune maior e nós já temos dados dela sobre anticorpo neutralizante, que está relacionado à proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante um maior nível de anticorpo neutralizante e, portanto, uma maior proteção para a BQ.1”, explica Julio Croda, medico infectologista da Fiocruz e professor da UFMS.

A variante já chegou ao Brasil, mas o imunizante não. A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu um pedido de uso emergencial do imunizante em setembro deste ano, mas ainda não deu uma resposta. Procurada, ela disse que “os processos estão em fase final de análise pela área técnica, para posteriormente serem encaminhados à Diretoria da Agência para deliberação, considerando que se trata de autorização de uso emergencial. Não há ainda data fixada de decisão”.

Em nota, a Pfizer disse que ainda está investigando a efetividade da vacina bivalente em relação à nova subvariante BQ 1 e espera ter dados concretos em breve.

O imunizante já está disponível na Europa, Estados Unidos, Japão, Argentina, Chile, entre outros países.

Números da covid-19 no Brasil

Segundo o boletim epidemiológico desta terça-feira (8), divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou 12.661 novos casos de covid-19, em 24 horas. No mesmo período, houve 92 mortes de vítimas do vírus. O Brasil soma desde o início da pandemia 688.487 mortes por covid-19. O número total de casos confirmados da doença é de 34.868.153.

Ainda segundo o boletim, 34.098.249 pessoas se recuperaram da doença e 81.417 casos estão em acompanhamento. No levantamento de hoje, não consta atualização dos dados de casos e de mortes no Tocantins.

Estados

Segundo os dados disponíveis, São Paulo lidera o número de casos, com 6,15 milhões, seguido por Minas Gerais (3,88 milhões) e Paraná (2,75 milhões). O menor número de casos é registrado no Acre (149,97 mil). Em seguida, aparecem Roraima (175,72 mil) e Amapá (178,56 mil).

Em relação às mortes, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, São Paulo apresenta o maior número (175.731), seguido de Rio de Janeiro (75.891) e Minas Gerais (63.894). O menor total de mortes situa-se no Acre (2.029), Amapá (2.164) e Roraima (2.175).

Vacinação

Até hoje, foram aplicadas 488,79 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, sendo 180,39 milhões com a primeira dose e 162,84 milhões com a segunda dose. A dose única foi aplicada em 5,01 milhões de pessoas. Outras 100,1 milhões já receberam a primeira dose de reforço, e 35,58 milhões receberam a segunda dose de reforço.

Reportagem da Folha de S.Paulo, divulgada nesta terça (8), revela que somente 1 em cada 10 crianças (13,9%) das crianças de 3 e 4 anos do Brasil receberam a primeira dose contra Covid em três meses de campanha. Já a vacinação completa (com duas doses) foi registrada em apenas 4,2% das crianças dessa idade no país. Os dados foram levantados no DataSUS, do Ministério da Saúde.

Os números são bem diferentes daqueles divulgados pelo Ministério da Saúde no final de outubro, durante o período eleitoral. Na época, em resposta aos atrasos na vacinação, a pasta disse, em nota, que a taxa de doses aplicadas nessa faixa etária estava em cerca de 40%.

Questionado pela reportagem por quase duas semanas após os dados tabulados, o Ministério da Saúde informou que houve um equívoco na pasta e que os 40% de crianças vacinadas mencionados na nota, na verdade, se referiam à segunda dose da faixa etária de 5 a 11 anos no final de outubro (hoje, em torno de 49%).

Medidas de segurança

A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo reforça a importância de medidas de combate à pandemia da covid-19 serem mantidas. Entre elas, a vacinação e a higienização correta das mãos.

Sobre o uso de máscaras, especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo recentemente alertaram que é importante que a pessoa faça uma avaliação individual de risco e adote cuidados baseados na sua condição de saúde.

No caso de idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por transplante de órgão, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos, em geral, é indicado que evitem aglomerações e utilizem máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas

Segundo a pasta, a higienização das mãos com água e sabão ou com álcool em gel, e a vacinação contra a covid-19 continuam sendo cruciais para evitar o contágio da doença.

Com informações da Agência Brasil e do jornal O Estado de S. Paulo