A primeira Conferência Temática da Cultura Digital acontece nos dias 24, 25 e 26 de janeiro. O evento, que é uma preparação para a 4⁠ª Conferência Nacional de Cultura, será transmitido pela TV Tainã.

A conferência aborda o tema “PermaCultura Digital: começo, meio e começo”. O propósito é organizar um debate sobre a Cultura Digital para integrar o Caderno da 4⁠ª Conferência Nacional de Cultura. Três ideias serão escolhidas para serem apresentadas na conferência nacional. As candidatas mais votadas serão incluídas no Plano Nacional de Cultura.

“O Estado Permanente de Conferência é a grande inovação que o movimento da cultura digital brasileira traz para o processo da Conferência Nacional de Cultura. O propósito é de arriscar um modelo de participação social radicalizado a serviço da inteligência coletiva do povo brasileiro”, acrescenta João Paulo Mehl, coordenador executivo do Laboratório de Cultura Digital da UFPR.

O evento, promovido pela Rede da Cultura Digital Brasileira, pretende reunir o público interessado em debater as principais questões da cultura digital no Brasil. As inscrições podem ser feitas através do site plantaformas.org/conferences/culturadigital

Mais de 20 coletivos, organizações e movimentos da Cultura Digital, coordenados pelo Ministério da Cultura (MinC) e pelo Laboratório de Cultura Digital da UFPR, estão mobilizados para o encontro desde dezembro do ano passado. Durante a realização de um processo colaborativo, através do site plantaformas.org, foram coletadas 51 propostas para o tema central e sete mesas temáticas que serão realizadas ao longo dos três dias do evento. As ideias que não foram selecionadas para esta reunião serão incorporadas ao debate comunitário e o processo de participação será reaberto logo após o término do evento.

O tema principal da Conferência, “PermaCultura Digital: começo, meio e começo”, foi proposto pela Rede de Produtoras Colaborativas. “A PermaCultura é a sistematização de saberes ancestrais para a permanência de todas as formas de vida na Terra. Entendemos que esse conhecimento, como proposta ética e metafórica para essa nova onda da Cultura Digital, tem uma grande potência”, explica Fabs Balvedi, integrante da Rede. Já o “começo, meio e começo”, aspas do mestre quilombola Nego Bispo, chega para somar ao movimento a ênfase contracolonial e ancestral que rege a Cultura Digital, nessa confluência entre tradições e transgressões que as tecnologias digitais podem promover.

“Nessa toada, a próxima onda da Cultura Digital, deve sim promover dentro do próprio Ministério uma retomada de programas e políticas para a Cultura Digital, que tratavam de temas como tecnologias de participação social, mapeamento e gestão da cultura, produção de indicadores, direitos autorais, pontos e pontões de cultura, redes de streaming nacionais, entre outros, mas também – e sobretudo – incluir uma capacidade de escutar, dialogar, incluir e desenhar as novas agendas para que a Cultura Digital exista no presente”, afirma o manifesto da conferência.