O pedido apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues para que fosse aberta uma investigação contra o clã Bolsonaro foi negado pelo ministro André Mendonça no último sábado (24)

André Medonça negou abrir investigação de Bolsonaro e familiares pela aquisição de imóveis comprados com dinheiro vivo. Foto: Divulgação/TSE

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou nesta segunda-feira (26) uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o ministro André Mendonça reconsidere a decisão de negar a investigação do presidente Jair Bolsonaro (PL) e familiares pela aquisição de imóveis comprados com dinheiro vivo.

No pedido de investigação, Randolfe pede a tomada de depoimentos de Bolsonaro e de seus filhos, além do bloqueio de contas e apreensão de computadores e celulares. “Essas medidas são necessárias, conforme a ação, para garantir o esclarecimento dos fatos, reparação dos danos e ressarcimento ao erário”, informou.

Caso a decisão não seja reconsiderada, a ação solicita que o pedido seja deliberado pelo pleno do STF para que o colegiado manifeste sua posição em relação a “blindagem de investigações de autoridades com foro privilegiado”.

O pedido apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues para que fosse aberta uma investigação contra o clã Bolsonaro foi negado pelo ministro André Mendonça no último sábado (24).

 

 

Negócios em dinheiro vivo

Desde 1990, o clã Bolsonaro fez 51 aquisições de imóveis pagos total ou parcialmente em dinheiro, conforme revelou a reportagem do UOL. Em valores corrigidos pela inflação, as compras equivalem a quase R$ 26 milhões.

O levantamento considera o patrimônio construído no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília pelo presidente, seus três filhos mais velhos, mãe, cinco irmãos e duas ex-mulheres.

Na última quinta-feira (22), o desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDF), ordenou que o site de notícias UOL tirasse do ar reportagens e matérias sobre o uso de dinheiro vivo na compra de 51 imóveis da família Bolsonaro, porém a decisão não durou 24h e foi derrubada pelo ministro do STF André Mendonça.

“É direito dos brasileiros a transparência sobre os fatos. Por isso, não podem restar dúvidas sobre a interferência do Presidente da República na gestão do patrimônio público”, frisou o senador.

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