Foto: Arquivo Pessoal

RIO GRANDE DO NORTE — Diogo Maozinha, fotógrafo, bailarino, publicitário e editor de vídeo potiguar, teve sua imagem, reproduzida de uma câmera de segurança, divulgada em grupos do WhatsApp com a informação de que ele estaria planejando assaltos na região, em um explícito caso de racismo que vem repercutindo em Natal, no Rio Grande do Norte.

Em uma live no instagram, o fotógrafo contou que estava em busca de uma casa de câmbio na região para receber o pagamento por um de seus trabalhos realizados para um grupo de pessoas da Suíça. Com dificuldade de encontrar o endereço, o jovem percorreu os arredores e pediu informações para pessoas em uma clínica e uma ótica. A noite, quando chegou em casa, uma amiga entrou em contato informando que a imagem dele estava sendo divulgada amplamente em grupos do WhatsApp.

“A mensagem nos grupos dizia que eu estava fingindo estar pedindo informação, que estava observando o local para cometer assaltos. Quando eu vi essa mensagem, bateu um desespero. Fiquei muito triste”, disse.

“Eu não posso ir para determinado lugar só porque eu sou um preto em um local que é dito ‘zona sul da zona leste’, não posso andar que as pessoas vem, batem foto e [me associam com assaltante]. Estou à deriva com medo de alguma coisa acontecer. Não é a primeira vez que esse tipo de situação ocorre comigo”, lamentou Maozinha.

O nome do estabelecimento onde que registrou as imagens de Maozinha, bem como o dos responsáveis por espalhar as informações falsas ainda não foram divulgados. O jovem informou que irá buscar a Polícia Civil, abrirá um Boletim de Ocorrência e tomará os procedimentos legais cabíveis diante da injúria racial sofrida.

“Não vou deixar isso passar. Não só eu, mas outros manos pretos sofrem com isso. Não quero que aconteça com mais ninguém”, afirmou o fotógrafo.

Assista:

 

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