Na Espanha, cresce o movimento para que Tebas abandone o cargo e dê a La Liga uma chance para retirar o rótulo de campeonato racista

Foto: Guillermo Martinez/EPA

Na última semana, o nome de Tebas ganhou destaque público devido à polêmica envolvendo seu apoio ao partido político Vox e sua filiação anterior ao partido Fuerza Nova, de inspiração fascista. Tebas, um advogado costarriquenho, é conhecido por sua posição como presidente da La Liga desde 2013, a entidade responsável pela Liga Espanhola de Futebol Profissional, e por ter minimizado os atos de racismo contra o jogador brasileiro no Real Madrid, Vini Jr.

O  Vox é o partido de extrema direita mais expressivo do país, conhecido por suas posturas claramente racistas, xenofóbicas e anti-imigração. Além disso, Tebas foi oficialmente filiado ao partido fascista Fuerza Nova, que existiu de 1976 a 1982, nos primeiros anos após a redemocratização da Espanha, defendendo a “herança” do franquismo.

Essa controvérsia veio à tona recentemente devido a uma troca de mensagens em uma rede social entre Tebas e o jogador brasileiro Vinicius Jr., após ter sido vítima de racismo em uma partida contra o Valencia. Após ser expulso devido a provocações racistas, Vinicius Jr. foi abordado por um jornalista espanhol que ignorou os ataques sofridos pelo jogador e questionou se ele pediria desculpas por ter provocado a torcida do Valencia.

A pergunta do jornalista, que ignorou o mais grave, é um exemplo de como os jornais de Valencia minimizaram o racismo contra Vini Jr., e ainda atacaram o jogador brasileiro ao chama-lo de ‘tonto’.

Jornal SUPER minimiza racismo contra Vini Jr. e cirtica jogador do Real Madrid. Foto: reprodução

Em resposta a essa situação, Vinicius Jr. manifestou-se nas redes sociais denunciando o racismo recorrente na La Liga, afirmando que não era a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que isso ocorria.

Tebas, então, comentou em uma rede social, dizendo que o brasileiro deveria se informar corretamente antes de criticar a competição. Vini Jr. respondeu prontamente, acusando Tebas de omissão e colocando-o no mesmo nível dos racistas, exigindo ações e punições efetivas contra o racismo no futebol.

Essa troca de mensagens colocou ainda mais holofotes sobre Tebas, revelando não apenas sua postura controversa em relação a questões raciais, mas também sua afinidade com um partido político de extrema direita e seu passado como membro de um partido fascista.


Essas associações geraram debates acalorados sobre a idoneidade e a imparcialidade de Tebas como presidente da La Liga, afetando a reputação da competição e da Espanha como um todo.

Na Espanha, de acordo com o El País, cresce o movimento para que Tebas abandone o cargo e dê a La Liga uma chance para retirar o rótulo de campeonato racista.