Por Hilreli

Sexualidade, afeto e auto registro são o cerne do audiovisual, o ponto central, com 10 pernoites em motéis de distintos lugares Brasil afora. Ou seria adentro? “Eros”, na sua essência, transcende a mera exposição de registros íntimos. Rachel Daisy Ellis, diretora da obra, não apenas rompe com os tabus, mas mergulha de cabeça no protagonismo do sexo, desafiando o moralismo convencional.

Tem sexo explícito mas não é pornô. A mulher trans e o seu parceiro amado vivendo a sete anos juntes, um casal evangélico em defesa do gozo divino, o casal adepto de BDSM e o jogo de submissão, a solidão do homem gay maduro, os dilemas, traumas e conflitos do homem maduro hetero em uma espécie de terapia com uma prostituta, são alguns dos participantes/personagens no documentário.

O filme, além de transitar entre momentos de leveza, diversão e melancolia extrema, desvela a diversidade de experiências afetivas e sexuais. Um lugar de intimidade que só é possível acessar através do cinema, neste formato, nesta proposta. Tem uma narrativa expositiva o que às vezes o faz perder o ritmo, mas, não prejudica a experiência como um todo.

“Eros” vai muito além da discussão convencional sobre amor, solidão, tesão, sagrado, religião e fetiche, transformando esses temas em imagens fílmicas impregnadas de realidade, respeito, ousadia e poder emocional.

É o tipo de conteúdo a ficar ecoando camadas e mais camadas, por dias e dias. Talvez pra sempre. Não se limita a capturar a diversidade da vida afetiva e sexual brasileira; ele a tece em uma tapeçaria cinematográfica de realidades que desafia expectativas, explora nuances humanas e convida o espectador a refletir sobre as complexidades inerentes à intimidade e à expressão do desejo.

Você tem vivido os seus desejos? Quais desejos você tem?

Foto: Divulgação

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