Por Rebecca Lorenzetti

Em um contexto de crescentes desafios climáticos, a Conferência das Partes (COP28) emerge como um dos momentos mais cruciais da década, oferecendo uma plataforma para debater e abordar as mudanças climáticas globais. O evento, que se iniciou na quinta-feira (30) e se estende até 12 de dezembro, acontece em meio a preocupações intensificadas devido à quebra do Acordo de Paris, eventos climáticos extremos e evidências cada vez mais claras da crise climática.

Um dos destaques da COP 28 será a discussão em torno do aumento alarmante da temperatura global, com o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertando sobre os perigos associados ao aquecimento de um grau e meio do planeta e a iminência de um aumento superior a 2 graus celsius até 2030. As atuais metas do Acordo de Paris, mantendo o aumento abaixo de dois graus, revelam-se insuficientes para conter os impactos catastróficos do aquecimento global.

O Brasil, representado por uma delegação do Conselho Indígena de Roraima (CIR), destaca-se no cenário internacional ao ajustar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para enfrentar a emergência climática. Compromissos, como a redução de emissões e a busca pela neutralidade climática até 2050, serão temas centrais das discussões lideradas por líderes como Sinéia Wapichana, coordenadora do departamento de Gestão Territorial e Ambiental (DGTA).

Enquanto isso, eventos climáticos extremos já afetam o Brasil, evidenciados pela seca inédita na Amazônia, com os níveis dos rios atingindo mínimos históricos. O país, que se destaca como um dos maiores depositários de água doce do mundo, enfrenta uma realidade incontestável da crise climática.

A COP 28 torna-se, assim, um palco crucial para exigir ações mais ambiciosas, tanto dos países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. O discurso recente do presidente Lula durante a COP 28 sublinha a necessidade urgente de medidas concretas, reforçando a importância da responsabilidade compartilhada na busca por soluções eficazes.

Com a quebra do Acordo de Paris, o calor extremo e as evidências incontestáveis da crise climática, a COP 28 se coloca no epicentro das discussões que podem moldar o futuro do nosso planeta. A expectativa é que líderes e representantes globais aproveitem essa oportunidade para reafirmar compromissos, adotar medidas significativas e buscar colaborações que possam transformar as palavras em ações tangíveis em prol da sustentabilidade global.