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Por Ben Hur Nogueira

Em 1936 inequivocamente o esporte recebia uma profusão de dubiedades incertas sobre as Olimpíadas daquele ano. A Alemanha nazista de Hitler ocupou todos os campos culturais e midiáticos para maximizar o seu governo autoritário, esperavam que a sua suposta raça superior vencesse todos os outros países abaixo da linha do Equador. A campanha política de Hitler queria mostrar para o mundo o quão poderosos pareciam e fariam de tudo para apartar as habilidades de qualquer outro jogador que não pertencesse a seu povo originalmente. Coisa que historicamente saiu pela culatra.

Jesse Owens, um jovem afro-americano de uma cidade do Alabama influenciado pela cultura local entre crianças, corria randomicamente sobre os campos de algodão e entrecruzava as arestas daquele lugar cujos trabalhadores (majoritariamente pretos) passavam o dia recolhendo o algodão para a colheita. Sonhava com oriundas corridas prolíficas e visualizava seu potencial, um potencial que eventualmente o levou para as Olimpíadas de 1936 onde faturou 4 medalhas de ouro antologicamente e silenciou aqueles que imaginavam a raça ariana de ser superior às outras. Jesse atemporalmente se tornou um exemplo de resistência desportiva pois era capacitado o suficiente para prevalecer contra os fascistas autoritários que cercavam aquele estádio. Essa não foi a única vez que o esporte genuinamente foi capaz de derrotar o fascismo. E não será a última.

Em 1938 um grupo de jogadores brasileiros oriundos das periferias, de terreiros e das terras tupiniquins foram capazes de jogar a Copa do Mundo na Itália tomada pelo fascismo e pelo patriotismo escondido pelo ódio das minorias. Um certo jogador afro-brasileiro, que supostamente foi o criador da “bicicleta futebolística” , oriundo das periferias paulistas que fora adotado por pais que torciam para o Fluminense, entraria para a História do futebol nacional e doravante internacional. Tamanha era fama deste que sua fama internacional e porte físico o fizeram ser temidos por adversários e querido por suas fãs europeias.

Naquele ano, infelizmente, o Brasil sairia derrotado pela Itália cujo time era composto por defensores do regime fascista. Mas existe algo que prevaleceu na história, o tempo e o autoritarismo: a resistência, que foi, é e sempre será a arma contra o fascismo. Infelizmente olho para a TV e só vejo atos de vandalismo contra o Congresso e penso como o esporte pode ser factivelmente útil para prevalecer o ódio. O esporte pode ser usado para derrotar o mal e instaurar o bem. Viva Jesse, saravá Leônidas.