O caso das joias envolve assessores de Bolsonaro que estão sob investigação por negociarem itens de luxo da União

Foto: Alan Santos/PR/Montagem

Cerca de 66% dos brasileiros estão cientes das investigações sobre a venda das joias por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Por outro lado, 34% dos entrevistados não têm conhecimento sobre o assunto, de acordo com a mais nova pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta sexta-feira (18).  A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e a confiabilidade é de 95%.

A possibilidade de prisão de Bolsonaro está gerando divisão de opiniões entre os brasileiros,  também de acordo com a pesquisa. O estudo revelou que 43% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro não deveria ser preso no contexto do suposto esquema de venda de joias recebidas em viagens oficiais, investigado pela Polícia Federal (PF). Em contrapartida, 41% dos participantes avaliam que ele deveria ser detido em relação a esse caso.

A pesquisa também analisou as tendências de opinião com base nas preferências de voto no segundo turno das eleições de 2022. Entre os eleitores que apoiaram Bolsonaro, 68% se posicionam contra a prisão do ex-presidente, enquanto 19% acreditam que ele deveria ser detido. Entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 62% defendem a prisão de Bolsonaro, enquanto 24% se opõem a essa medida.

Os números mostram uma divisão semelhante entre aqueles que votaram em branco, nulo ou não votaram. Enquanto 39% consideram que Bolsonaro deveria ser preso, 36% têm uma opinião contrária. As análises por região também revelam diferenças marcantes: a região Sul apresenta uma maioria de 47% que acredita que Bolsonaro não deveria ser preso, em comparação com 41% que defendem o contrário. Já na região Nordeste, há um empate, com 42% de apoio à prisão e 42% contra.

O caso das joias envolve assessores de Bolsonaro que estão sob investigação por negociarem itens de luxo que o ex-presidente recebeu de autoridades estrangeiras durante compromissos oficiais.

A Operação Lucas 12:2, da Polícia Federal, realizada no dia 11 de agosto, conduziu buscas contra aliados próximos de Bolsonaro, incluindo o advogado Frederick Wassef e o tenente Osmar Crivelatti. As peças, que deveriam ser incorporadas ao patrimônio público, foram alegadamente ocultadas e negociadas para fins de enriquecimento ilícito, pelo general Cid, pai de Mauro Cid, ambos também alvo da operação.

A pesquisa, que ouviu 2.029 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 10 e 14 de agosto.