Operação da Polícia Federal desmantelou grupo cadastrado como colecionador de armas (CACs) que lideravam quadrilha

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A Operação Black Market, realizada pela Polícia Federal (PF), teve como objetivo desarticular uma quadrilha envolvida no tráfico internacional de armas de fogo e acessórios para o Brasil. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades do Rio de Janeiro e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, com base em ordens expedidas pela 5ª Vara Criminal do Rio.

Os membros da quadrilha se cadastraram como Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) para comprar armas de fogo e acessórios de grosso calibre importados dos Estados Unidos. Eles se registraram junto ao Exército Brasileiro como CACs para adquirir armas pesadas e acessórios em grande quantidade. Aproveitando a flexibilização da legislação sobre o controle de carregadores, começaram a importar esses equipamentos dos EUA.

Segundo a PF, as investigações revelaram que os membros da organização criminosa movimentaram cerca de R$ 25 milhões nos últimos cinco anos, um valor incompatível com suas rendas declaradas à Receita Federal.

Durante a operação, a polícia apreendeu duas pistolas automáticas, sete carregadores e várias munições para pistolas e fuzis na residência de um dos alvos em Nova Iguaçu. O indivíduo foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e restrito, conforme o Estatuto do Desarmamento.

Os investigados serão acusados ​​de tráfico internacional de armas de fogo, comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de dinheiro e associação criminosa. As penas máximas somadas podem chegar a mais de 44 anos de prisão.

O Ministério da Justiça solicitou cooperação jurídica internacional com a polícia dos Estados Unidos, especificamente a Agência de Investigações de Segurança Interna, que apreendeu 12 fuzis em uma loja de armas em Orlando, Flórida, com destino ao Brasil.

As investigações tiveram início na Delegacia Especial da PF no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Deain) após a apreensão, em 2021, de 475 carregadores de fuzis e pistolas em uma transportadora em Olaria, zona norte do Rio de Janeiro. Durante as investigações, descobriu-se a compra dos 12 fuzis apreendidos nos Estados Unidos, que seriam destinados a facções criminosas que atuam em comunidades do Rio de Janeiro.