Foto: Ricardo Cury

Depois de notar que os alunos jogavam cartas no intervalo da escola, a professora Perla Santos resolveu juntar o útil ao educativo: criou um jogo onde os personagens são heroínas e heróis negros da história.

Ela leciona na Escola Municipal de Ensino Fundamental Mario Quintana, no bairro Restinga, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e como ativista negra, percebeu também que o ensino da história e cultura afrobrasileira, apesar de obrigatória através da lei 10.639 de 2003, ela não acontece na prática.

Enquanto os estudantes ajudaram a montar as regras do jogo, Perla escolheu e escreveu as mini-biografias dos personagens e o jogo, com 24 peças, chamado Bafo Afro, e tem Teresa de Benguela, Dandara, Zumbi dos Palmares e outros importantes ícones negros da história. As cartas inspiradas em outros jogos de habilidades está mais perto da realidade das crianças, já que os poderes que outros personagens tem são sobrehumanos e dificultam a identificação com seus pares cotidianos.

As partidas são jogadas em dupla, com duas cartas viradas para baixo e ganha quem conseguir virar mais cartas primeiro. Quem tiver mais figuras femininas entre as cartas ganha mais pontos porque, como mulheres negras sempre foram mais apagadas, é uma forma de valorizá-las com uma pontuação maior no jogo.

Ela não parou no Bafo Afro: Perla está criando outros jogos de alfabetização e materiais de apoio a professores também usando como base as personalidades negras da história. A arte das cartas é de Paulo Goulart.

Perla aceita encomendas do jogo pelo seu perfil do instagram

Com informações do blog Mulherias e Ceará Criolo