(Ascom/Pará)

 

Muito resistente à ideia de aderir ao acordo global de corte de emissões de metano, o Brasil teve que ceder à pressão dos EUA, que liderou a iniciativa, apoiado pela União Europeia (EU). O mundo ficou sabendo do compromisso brasileiro via anúncio no Twitter do Itamaraty. Junto a 96 países, o Brasil se compromete então, a reduzir 30% das emissões globais de metano até 2030, em relação aos níveis de 2020.

“Como parte das negociações da COP-26 o Brasil irá aderir ao Compromisso Global do Metano. O Brasil é parte da solução dos desafios da mudança do clima”, diz o tuíte.

Quando a proposta chegou ao governo, na ocasião da Assembleia Geral da ONU, representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Meio Ambiente, Energia e Ciência, Tecnologia e Inovações e Agropecuária foram contrários à ideia.

Também pudera, a maior parte das emissões do gás no país, é da pecuária. Dos 20,2 milhões de toneladas de metano emitidas no Brasil em 2020, 14,5 milhões, correspondem à atividade. Ao todo 97% vêm de fermentação entérica — o arroto do boi — e manejo de dejetos de animais. De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa, o Seeg, o índice de emissões do setor é de cerca de 70%.

Para alcançar a meta, o Brasil precisará diminuir rebanho ou investir no melhoramento da pecuária.

Muito mais poderoso na captura de calor, o impacto do metano sobre o aquecimento global é mais de 80 vezes maior que o CO2 a curto prazo. Ao todo 60% das emissões do gás vem da atividade humana, que corresponde a 30% do aquecimento global.

A pressão à embaixada brasileira partiu do Departamento de Estado dos EUA e então, o embaixador brasileiro em Washington, Nestor Foster convenceu o Itamaraty a fazer parte da coalizão.

Por enquanto, trata-se de um acordo político, não se sabe se de fato, os países conseguirão cumprir com o combinado. Afinal, não fica claro quanto o Brasil vai ter que cortar, já que o corte em 30% não define divisão de percentuais entre os países.

Se o Brasil não cumprir, fica com a imagem arranhada, mas como o governo Bolsonaro não se importa muito com isso, só resta ter esperança.

Claro que, quem aderiu e depois não cumpre, tem que arcar com os danos na imagem — que é o que vale para consumidores e investidores. Para a proteção do clima, cortar emissões de metano é excelente. A atividade humana responde por 60% das emissões do gás metano, que responde por 30% do aquecimento global.

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